sábado, 31 de dezembro de 2011

                               INSSaNews

             Previsões para 2012   


    O INSSaNews, sempre preocupado com o bem estar do servidor do INSS, enviou repórteres a diversas partes do Brasil e do mundo para saber o que dizem os mais famosos profetas em relação ao futuro dos nobres colegas.
     O tarot de Mãe Dinah revelou que a conflituosa relação dos servidores com os sistemas da Dataprev terá, no ano vindouro, momentos de estabilidade. Evidentemente mais da parte do esforçado servidor,  do que da dos programas em questão que estes permanecerão em sua instabilidade habitual. Não surgirão novidades agradáveis, finalizou Mãe Dinah, sugerindo assim que o SIBE não nos trará  satisfação em futuro próximo.
   Já os búzios de Pai Jeremias predizem um ápice de sucesso profissional que virá através de sucessivas aposentadorias e de exonerações a pedido. Em contrapartida, aqueles que insistirem em permanecer em atividade ao longo do ano, sofrerão reveses incontornáveis como aumento de trabalho, fadiga, desespero, loucura etc... Inquirido a respeito de que exatamente se compunha o tal do etc, o babalorixá negou-se a responder, o que gerou uma razoável inquietação e maior desconfiança a respeito do que vem por aí. 
  Já em terras estrangeiras, nossa reportagem  tentou  entrevistar  o  polvo  alemão    que    definiu
  

os rumos da Copa do Mundo do ano passado. Encontrou-o em estado de óbito, abraçado a duas caixas de mexilhões, uma representando o CNIS e o outro o novo brinquedinho da Datapev, o SIBE.Atormentado pela dúvida de qual dos dois causará mais dano ao servidor em 2012, faleceu o molusco profeta levando para o túmulo o fatídico segredo.
   Em nossa passagem pela Grécia, tentamos entrevistar o Oráculo de Delfos que se limitou a dizer, enigmaticamente: “Ou você SABI ou você SIBE” e mais não disse antes de exigir sua aposentadoria, muito merecida, aliás, após milênios de bons serviços prestados e as muito más condições econômicas atuais de seu país.
  Assustadora também é a profecia de Nostradamus que, em uma de suas centúrias dedicadas ao servidor, afirma: “O que nunca funcionou, jamais funcionará, e cada nova criatura do cruel criador, será pior que a anterior e ninguém se salvará”.
  Felizmente, para contrabalançar tão terríveis predições, encontramos algum conforto no México, sob os auspícios maias que revelaram que o SIBE não entrará em ação em tempo hábil uma vez que o mundo acabará no próximo 21 de dezembro. Pelo menos dessa tragédia nos livraremos e ficaremos aliviados por saber que não será esse sistema o causador do fim do mundo. O culpado será mesmo o CNIS.

domingo, 11 de dezembro de 2011

TÉCNICAS DE SOBREVIVÊNCIA EM APS – PRESENTES DE NATAL


Contrariamente ao que pensa a exemplar servidora Dona Conceição, a tecnologia não deve ser repudiada pelos servidores do INSS, ao contrário, ela pode e deve ser utilizada em seu favor, como demonstra, a seguir, a lista de presentes utilitários que você poderá pedir ao Papai Noel neste Natal.
O primeiro exemplo dos benefícios tecnológicos é o SISREF AUTOMÁTICO PRÉ-AJUSTÁVEL que permite que o servidor programe o ponto eletrônico mantendo sempre em dia sua presença e cumprindo sistematicamente os seus horários de entrada, almoço e saída, sem a necessidade de se fazer assíduo no ambiente de trabalho. Encontrado nos modelos mensal, semestral e anual, os dois últimos a disposição apenas dos servidores da gerência porque peão tem que ralar.
Um outro excelente produto é o DETECTOR DE MENTIRAS PARA LOAS E PERÍCA MÉDICA. Este incrível dispositivo analisa com rigor científico as  palavras do cidadão e de seu acompanhante, identificando as menores mentiras, mesmo as dos mais talentosos atores que costumam freqüentar as agências da Previdência Social. De acordo com a quantidade e concentração da lorotas reveladas, o sistema emite uma carta de exigência de sucinto teor – provar a veracidade das declarações – ou indefere automaticamente o pedido. De grande utilidade também para entrevistas rurais e JA.
Imprescindível em qualquer APS é a CLASSIFICADORA DE SEGURADOS. Este simples mecanismo é adaptado ao computador que fornece as senhas e, automaticamente, de acordo com a voz do segurado, o classifica em legal, chato, muito chato e insuportável, imprimindo, na própria senha, um código adequado ao seu status. O servidor, ao receber a senha, toma imediata ciência e adéqua seu atendimento ao tipo do cidadão, evitando um possível embate e seu conseqüente trauma. Não irá, por exemplo, dizer ao segurado insuportável que ele não tem tempo suficiente para se aposentar ou que já passou o período em que podia pedir revisão, entre outras coisas. Não dará nenhuma informação, embora útil, mas que seja desagradável poupando-se de ouvir broncas desnecessárias.
Em irresistível embalagem vêm as PASTILHAS TRANQUILIZANTES DE SEGURADO AGITADO oferecidas àquele contribuinte que fica fazendo uma pergunta atrás da outra enquanto o servidor tenta habilitar o benefício. Normalmente ele chega com uma lista de indagações de amigos e parentes e quer que você acabe com  todas as suas dúvidas a respeito dos mais variados temas ou fica contando os dramas da sua vida como se estivesse em um programa vespertino de televisão. A deliciosa pastilha calmante acaba de imediato com o falatório inútil pois provoca pequenos efeitos colaterais, concordantes com os sabores disponíveis que são soluço, tosse, engasgo e rouquidão. Enquanto ele se entretém com esses sintomas, que duram apenas trinta minutos e não deixam seqüelas,  o servidor pode trabalhar com tranqüilidade.
Outro instrumento de grande serventia é o APARELHO DE AUDIÇÃO MUSICAL, indicado para reuniões com a chefia, as quais, invariavelmente, se dividem em cobranças e reprimendas. Este minúsculo apetrecho sonoro que se encaixa perfeitamente no ouvido do servidor, não sendo percebido pelos colegas, permitirá que você participe das reuniões de forma inócua, ouvindo sua trilha sonora preferida, mantendo um semblante de calma e lucidez enquanto os outros discutem calorosamente. Essa pacífica participação pode render-lhe uma boa nota na avaliação individual além de lhe manter monasticamente alienado de problemas sem solução.
A novidade mais esperada, entretanto, é o GERENCIADOR DE DATAPREV. Este espetacular programa faz com que o computador se desintegre após a sétima vã tentativa seguida de consultar o CNIS ou de atualizar o cadastro no CNISPF, o que pode resultar na perda total dos computadores de uma agência em menos de duas horas e o conseqüente fechamento da mesma, por impossibilidade de atendimento, e em alguns dias de folga para o servidor.
Escolha já o seu presente de Natal e mande uma cartinha para o Papai Noel, torcendo para que ele não atenda ao pedido de seu chefe porque, então, você vai ficar sem as suas prometidas 30 horas...


sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

           INSSaNews

            Entrevista Exclusiva       
            com Dona Conceição

  Nossa entrevistada de hoje é a candidata à gerente da GEX....., Dona Conceição, que vai nos revelar os seus planos para a melhoria do atendimento nas agências de sua gerência além de fazer sua campanha eleitoral.

  INSSaNews: O que a senhora pretende fazer para contornar o déficit de servidores, já que muitos estão para se aposentar ?

 Dona Conceição: Na verdade, não falta servidor; sobra é segurado. O que tanto essa gente vai fazer nas nossas agências? Na minha gestão eu prometo acabar com essa superlotação nas APS.

 INSSaNews: E de que forma a senhora resolverá este problema?
  Dona Conceição: Eu vou instituir um serviço de delivery. Todos os documentos serão entregues na casa do próprio filiado que fará o seu pedido pelo 135 local, cujos atendentes serão os próprios servidores. Esse sistema tem uma série de vantagens. Além de livrar o segurado das horas de espera pelo atendimento, livra-o também das informações incorretas emitidas pelos atendentes do 135, além de o salvar do ataque dos atravessadores, sempre prontos para faturar em cima do cidadão.

  INSSaNews: Circula pela internet a fotografia de um servidor do INSS jogando paciência durante o expediente. O que a senhora pensa a respeito?

  Dona Conceição: Isso é um absurdo que eu irei combater em minha gestão. Paciência é um jogo muito chato, que dá um sono danado.    
 Sou favorável a jogos com mais ação, daqueles em que a gente tem que matar o inimigo. Tem um muito interessante que se chama ‘Derrubando o CNIS’, que nos dá uma enorme sensação de vingança ou, dependendo do ponto de vista, de poder, ao imaginar que o CNIS não funciona porque somos nós os responsáveis por derrubá-lo. São jogos assim que nos estimulam, nos despertam e nos mantém firmes em nosso empreendimento diário de atender o cidadão.

  INSSaNews: E por falar em CNIS, como a senhora pretende driblar as dificuldades causadas pelos sistemas da Dataprev.

  Dona Conceição: Muito simples, vou desativá-los todos. Vamos voltar aos bons tempos das concessões realizadas à mão e do cálculo de renda mensal feito de colunas de valores de salários.

  INSSaNews: A senhora não considera o abandono da tecnologia um retrocesso?

  Dona Conceição: Meu filho, para mim o liquid paper  já é tecnologia suficiente.
Dona Conceição
   INSSaNews: O que senhora gostaria de dizer a seus eleitores?

   Dona Conceição: Caro servidor, quer se livrar do segurado, da Dataprev e de todo o stress diário? Vote em mim! Concessão à mão? Vote Dona Conceição.


sábado, 26 de novembro de 2011

TÉNICAS DE SOBREVIVÊNCIA EM APS – O SOBRENATURAL


Na lição de hoje, preparatória para as vindouras 30 horas, nós vamos aprender como fazer em seis horas o que não se consegue fazer em oito. Evidentemente, para cumprirmos a quase impossível tarefa, não poderemos contar apenas com o número, cada vez mais reduzido de servidores, para driblar as dificuldades, portanto, será necessária uma ajuda sobrenatural e de variados sortilégios.
Para isso foi criado o e-mago, mais um produto das Organizações Tabajara, que vai facilitar o seu trabalho e economizar seu tempo. Veremos, a seguir, as etapas de funcionamento desse espetacular e imprescindível programa de auxilio habilitação - enfim, um benefício exclusivo para o servidor de APS.
                1.O segurado se aproxima e apóia a mão direita sobre a tela do computador previamente aberta no Quiromancia on line que fará uma minuciosa  leitura de mão do cidadão, analisando o comprimento de sua linha da vida e emitindo um parecer a fim de informá-lo se vale ou não a pena empenhar-se na busca de uma aposentadoria. Uma análise negativa tende a desestimular o segurado a requerer o benefício que, de uma hora para a outra, diante de um destino tragicamente mapeado, perde subitamente a importância, levando-o a se dedicar a tarefas mais urgentes.
               2. Um outro recurso muito interessante é a bola de cristal virtual que ajuda o servidor a descobrir o que deseja exatamente o cidadão uma vez que muita gente costuma confundir aposentadoria por idade com benefício assistencial, auxílio doença com aposentadoria por invalidez, benefício assistencial com obrigação do Estado e a cara do servidor com a de algum palhaço. Adivinhando, de início, o interesse do segurado, você poderá adequar-se mais rapidamente à demanda e tomar as devidas providências para bem atendê-lo.
               3. Uma vez definido o benefício que o segurado deseja, iremos enfrentar o nosso maior inimigo, o filhote maldito da Dataprev, para recolhermos as informações necessárias sobre a vida do trabalhador. Ao abrir o CNIS clique, simultaneamente, no ícone free xamã que fará, automaticamente, uma pajelança para ativar o funcionamento deste inoperante sistema. Enquanto o processo se desenrola, ficará aberta uma janela com os seguintes dizeres: Mim pajé, você CNIS.
               4. Enquanto espera você poderá acertar tranquilamente o cadastro do segurado no CNISPF. Tranqüilidade, diga-se de passagem,  é o termo mais adequado quando se pensa em trabalhar com o caçula dos CNIS. O problema não é só o sono proporcionado pela falta de agilidade na mudança das telas mas quando, sem mais nem menos, o sistema empaca e acaba caindo. Isso, aliás, não é privilégio deste sistema, porém, de todos. Em casos como este, basta clicar no ícone Mãe Dinah, na opção ‘faço voltar os seus dados em 15 segundos’, que todas as suas informações serão recuperadas de imediato.
             5. Retorne à tela do free xamã para ver se o CNIS já está em pleno funcionamento. Caso ainda esteja na tela Mim pajé, você CNIS, o colega pode aproveitar para copiar os documentos do cidadão, que, para variar, não trouxe cópia alguma. Imagine o tempo que você perderia para xerocar todas aquelas carteiras profissionais, carnês antigos e guias de recolhimento de quarenta anos atrás, caso não existisse o e-Samantha que, com um sutil toque no ícone em formato de 'a feiticeira', reproduz, magicamente, toda aquela papelada.
             6. Tente de novo o CNIS. Se na tela estiver agora escrito Mim CNIS, você pajé, é sinal que algo deu errado. Recomece o processo nunca se esquecendo que o CNIS é um verdadeiro Poltergeist e não costuma funcionar nem com reza braba. Porém, se o sistema abrir e você conseguir fazer todas as consultas de que precisa, poderá entrar no Prisma para finalizar o processo.
            7. Clique no ícone gênio da lâmpada e ele vai lhe oferecer um leque de boas opções para que você escolha três delas. Aconselhamos optar por ‘conceder na hora’ ‘sem revisão’ e ‘adeus’, uma combinação perfeita para se livrar definitivamente e ao mesmo tempo do processo e do segurado, que ficará satisfeito o resto da vida com o seu benefício e nunca mais terá a necessidade de voltar à agência.
            Peça já ao seu gerente e-mago. Caso ele não queira, entre em contato conosco e receba, inteiramente grátis, o cyber-esconjuro que o fará mudar de idéia. Por bem ou por mal...

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

TÉCNICAS DE SOBREVIVÊNCIA EM APS – AS 30 HORAS


Finalmente, depois de sofrermos mais de dois anos trabalhando oito horas diárias, que, por ingrata matemática, perfazem, ao fim do dia, dezesseis e, ao final da semana, cem, voltaremos à tranqüilidade das seis horas. Infelizmente, num oposto das  promoções das Casas Bahia, onde primeiro se leva o produto, depois se paga,  ganhamos as trintas horas mas só as desfrutaremos no ano que vem, o que tem revoltado aqueles que não compreendem o porquê de tanta demora. E é isso o que pretendemos explicar agora.
Serão necessários vários ajustes para que o atendimento não fique prejudicado com a redução da jornada de trabalho  e também para que o servidor se adapte à nova  realidade temporal, tendo que dar conta  do mesmo volume de trabalho e as mesmas metas a serem cumpridas, porém, em menor espaço de tempo. Para tanto está sendo elaborado  o kit 30. Criado especialmente para os servidores das APS, esse imprescindível conjunto que o manterá saudável e confortável, agora que você não terá mais tempo para almoçar nem para ir ao banheiro. Composto de soro e sonda, o kit 30 o trará sempre hidratado e alimentado, dispensando paradas desnecessárias, como para lanchar ou beber água. Uma vez que não se terá mais tempo para tomar um café ou fumar um cigarro, os adeptos desses produtos terão cafeína e nicotina injetadas em seu frasco de soro de modo a evitar síndrome de abstinência, o que causaria diminuição do rendimento do trabalho. Também, para dar um impulso na capacidade laborativa, outras substâncias poderão ser adicionadas à solução, de acordo com a necessidade de cada um e  a critério da chefia imediata.
Está em estudo, também, a criação de pistas internas para  que o tráfego flua livremente,  sem que haja engarrafamentos ou  choques com os recipientes acima mencionados e o respectivo apoio para o soro, de forma a agilizar a locomoção entre a mesa e a impressora ou a máquina fotocopiadora.
A partir do evento também serão reavaliados os motivos de afastamento por doença, impedindo que o funcionário perca dias de trabalho por qualquer moléstia sem importância. Com as mudanças surgidas com o novo modelo de auxilio doença, os peritos ganharão novas atribuições como o atendimento exclusivo ao servidor. Em cada APS será implantada uma clínica onde os mesmos serão examinados e onde se efetuarão diversos procedimentos que incluirão desde o tratamento de uma simples indisposição estomacal  até pequenas cirurgias. Sempre a postos, haverá um carro da Prev-UTI-móvel para o caso de algo dar errado e o paciente tiver que ser removido para um hospital melhor aparelhado. A Prev-clínica também estará preparada para receber aqueles servidores em recuperação de grandes cirurgias ou os que fazem longos e sérios tratamentos. O objetivo desse esforço técnico é que o trabalhador não passe seus dias de reabilitação em inútil espera, já que, acomodado em uma cama hospitalar e sob supervisão médica, poderá aproveitar melhor suas horas de repouso analisando os processos represados, resultando em benefício à autarquia aquilo que a princípio geraria prejuízo.
Será revisto o princípio da incapacidade laborativa, pois, convenhamos, uma perna quebrada pode impossibilitar que um jogador de futebol exerça adequadamente a sua função, porém, esse pequeno entrave anatômico não é fator impeditivo para que o servidor possa dedicar-se a fazer pesquisas no CNIS, o que demanda tempo, porém, não exige nenhum esforço de locomoção. Já os pacientes em tratamento psiquiátrico não deverão, de modo algum, servir-se do exemplo acima mas, por outra, poderão xerocar carteiras profissionais, desde que a máquina esteja em pleno funcionamento ou fazer entrega de documentos. Entretanto, qualquer contato com os sistemas da Dataprev é contra-indicado.
Com uma carga de trabalho tão suave e relaxante estuda-se também a possibilidade de que a mesma seja estendida  para os finais de semana e feriados possibilitando o bom andamento do trabalho e o alcance das metas estabelecidas, evidentemente visando o bem-estar do servidor e a garantia da integralidade de sua remuneração.
          

sexta-feira, 11 de novembro de 2011


INSSaNews
 Hackers invadem a Dataprev

  

  Ontem à noite, hackers  invadiram a Dataprev e puseram o CNIS no ar, fazendo com que ele funcionasse continuamente, de meia-noite às seis da manhã, quando o ataque foi descoberto e o sistema voltou às suas intermitências normais.
  Entretanto, o trabalho desta equipe de invasores não foi em vão  uma vez que foram revelados  recônditos segredos da instituição. O mais chocante de todos é que o CNIS é um vírus  e que traz na própria sigla uma mensagem subliminar. Lendo-se de trás para frente descobrimos o seu real significado: Sistema Inoperante e Nocivo ao Computador.

CNIS












  Foi descoberto também que esse vírus disfarçado de sistema faz parte de uma conspiração que tem o objetivo de levar ao desprovimento da razão todo servidor que dele se utiliza, transformando o mais pacato dos usuários em um ser irracional, capaz de atos de vandalismo contra o patrimônio público ou contra sua própria pessoa. Um caso exemplar é o da servidora Dona Conceição que, num típico caso de descompasso mental, subiu na mesa, diante dos segurados e começou a pular e a cantar, com voz esganiçada,  Twist and shout, dos Beatles, numa interpretação 
tão assustadoramente patética que se tem até a notícia de que o próprio John Lennon despertou, por um momento, de seu sono eterno, para levar as mãos aos ouvidos. Quem presenciou o fato garante que dava pena assistir a cena  e ver uma senhora antes tão respeitável, de idade considerável e quilos a mais, assim exposta, de cabelos desgrenhados e semi-decomposta. Consta que até hoje ela faz visitas periódicas ao manicômio municipal devido ao episódio.
 Outra revelação muito preocupante feita pelos invasores é a que trata do perigo que correm os servidores ao mandarem uma mensagem de seu email institucional para o seu email particular. Está programado e não se conseguiu desativar, um ataque virtual  o emblemático dia 11/11/11, ou seja, hoje, quando os computadores infestados pelos vírus replicantes do CNIS  começaram apresentar as mesmas características dos computadores usados no trabalho, com todos os seus programas e sistemas, e, toda vez que o servidor, em seu dia de folga,  tentar entrar no Facebook, abrir-se-á a tela do prisma; quando entrar no Orkut, aparecerá a tela do Sabi, entre outros transtornos. Um verdadeiro horror para aqueles que querem usar o fim de semana, especialmente este, transformado em feriadão, para esquecer o trabalho. E o pior de tudo é que o CNIS, passará a abrir freneticamente as suas páginas o que há de levar o servidor, acostumado ao sempre difícil acesso ao sistema, a imprimir compulsivamente essas informações que um dia lhe poderão ser úteis.
   Portanto, pede-se cautela no dia e principalmente que se evite entrar em sites e blogs que tenham como tema principal a Previdência Social, uma vez que estão todos contaminfwlkmtwietms,dmsl.fçdor´peorktJkjdroriq lkaerqior lkdfopriqworp çldj jaj hdirqourqurroqf afmoerqp &*)(_)#@&*&()(*)*(*&&¨¨%%$

sábado, 5 de novembro de 2011

INSSaNews

       Greve no INSS

   



                   Cansados de esperar pelo retorno das 30 horas semanais, os servidores do INSS resolveram fazer uma paralisação para demonstrar seu desagrado pela demora na redefinição do horário de trabalho.     
    A gota d’água foi provocada pela declaração do Senhor Ministro que, após uma sequência de adiamentos,    afirmou que a notícia tão aguardada será dada apenas no próximo dia 30 de fevereiro.
     O sindicato achou a data plausível já que o ano produtivo só começa mesmo depois do carnaval e, além disso, uma precipitação do governo poderia causar transtornos na atividade diária das agências, com o que não concordaram os servidores que participaram da reunião.
   Sem o apoio do sindicato, tampouco da chefia, que continuará trabalhando oito horas por dia, os servidores resolveram fazer uma operação tartaruga, atendendo os segurados com a mesma presteza com que vêem atendidas suas reivindicações.
   Assim, aquela desordem que, segundo o sindicato, poderia ser consequência da precipitação, foi causada exatamente pela falta de agilidade do órgão competente.
     Nossa reportagem foi até uma APS para acompanhar a atuação dos rebelados e ouvir as queixas dos segurados. Por incrível que possa parecer, o ambiente, apesar de superlotado, se encontrava, de certa forma, tranqüilo  e as pessoas estavam resignadas com a espera imposta.
  -Eu vim, disse um deles, apenas para calcular os juros de um dia de atraso no meu carnê e, pelo visto, quando eu for atendido, terei que calcular o valor correspondente a uma semana.
  Ao ouvir isso, aproximou-se do segurado uma senhorita muito gentil, que se apresentou como assessora previdenciária e lhe ofereceu, pela bagatela de trinta reais, uma senha cento e oitenta e cinco números menor que a que ele portava.
   - Trinta reais e a garantia de ser atendido ainda hoje – afirmou ela.
        Nossa reportagem também flagrou um senhor de meia idade comendo uma banana junto ao guichê em que supostamente estaria sendo atendido. 

  O mesmo nos informou que estava  dando entrada em sua aposentadoria desde as oito horas da manhã e  que a servidora que lhe atendia, de nome Conceição, saiu para almoçar mas que, segundo ela, demoraria, no máximo, uma hora para retornar, deixando-lhe, gentilmente, uma banana para que ele distraísse o estômago.

   - É uma senhora muito atenciosa, a Dona Conceição. Ela me disse que, na volta, fará alguns acertos nos meus vínculos e que eu devo sair daqui aposentado ainda hoje, mais tardar, amanhã.
   Nossa atenção foi despertada pelo choro insistente de um bebê de poucos dias. Indagamos à mãe, que aguardava para dar entrada no salário maternidade, se algo estaria sendo feito para que ela fosse atendida mais rapidamente.
   - Avaliem os senhores: eu cheguei aqui com oito meses de gravidez – respondeu a jovem mãe, enquanto amamentava a filha, que se chamará, em homenagem ao local de nascimento, Previnalda.
   Um início de tumulto irrompeu-se no salão repleto quando um segurado descuidado, tropeçou num outro, adormecido no chão, perdeu o equilíbrio e acabou derrubando uma fileira de outros contribuintes que foram ao solo, em antológico efeito dominó. Houve gritos e empurrões e, a seguir, as costumeiras acusações contra os servidores e a instituição.
  Logo em seguida surgiram funcionários com bandejas onde, segundo eles, eram oferecidos suco de maracujá e chá de camomila e, rapidamente, o ambiente voltou àquela inesperada tranqüilidade que encontramos ao chegar.
   Curiosos com o poderoso efeito calmante das substâncias naturais,  perguntamos a uma servidora que oferecia as bebidas se não havia nos copos e xícaras algum outro elemento não anunciado que aumentasse a potência do resultado.
   -Não, não, só maracujá e camomila – negou com firmeza enquanto um sorriso enigmático parecia contradizer sua assertiva.
   Seja como for, em pouco tempo, alguns bocejos foram ouvidos  no apaziguado ambiente onde algumas pessoas, nas cadeiras e mesmo no chão, já se aconchegavam para dormir.


sábado, 29 de outubro de 2011

TÉCNICAS DE SOBREVIVÊNCIA EM APS – A JORNADA DE TRABALHO



Evidentemente, a esta altura, os servidores do INSS situam-se entre o desânimo e o desespero diante da possibilidade do tão anunciado retorno das 30 horas semanais não acontecer. Se o fim de semana, prolongado pela ansiedade, resultar em frustração, isso irá causar grande alvoroço nas agências, com as mais diversas manifestações de desagravo e revolta. Não aconselhamos a destruição do patrimônio público nem  atividades de cunho revanchista, pelo menos não de modo ostensivo. O revoltoso deve ser sutil e discreto, persistente e constante. Não deve ser dado a arroubos passageiros mas deve ser silencioso e metódico.
Se você, colega, quiser exercitar este tipo de comportamento rebelde, daremos aqui umas dicas de como proceder sem chamar a atenção da chefia, de modo que você permaneça as oito horas regulamentares  na agência e trabalhe apenas as seis desejadas. Listaremos, a seguir, alguns passatempos que podem ser praticados isoladamente ou em duplas, não mais que isso, pois então já se configura atitude subversiva.
Pode o servidor pensar que é impossível passar o tempo sem dispor de internet, sentado ali na frente dos segurados, sob a mira de dezenas de olhos críticos acompanhando a sua atividade ou a falta dela, sempre dispostos a resmungar qualquer impropério em sua direção.
A melhor proteção que se pode ter dos olhares dos chefes e dos segurados é ter um ou mais processos diante de seu nariz, sendo que um deles deve permanecer aberto o tempo todo, sendo folheado de vez em quando. Uma pilha de processos faz uma barricada intransponível entre o servidor e os semblantes acusadores já que demonstra uma séria disposição ao trabalho. Complete a mise-en-scène espalhando carnês e carteiras profissionais sobre a mesa.
Uma boa diversão é experimentar novas combinações de cores da tela do Prisma, fugindo do tradicional azul e amarelo. Ensaie usar as cores do seu time ou de sua escola de samba preferida, intercalando com um aparentemente atento exame de uma carteira profissional. Escreva, para seu exclusivo deleite, mensagens desaforadas no protetor de tela, mas não se esqueça de apagá-las em seguida para que não comprometam sua imagem diante de seus superiores.
Outro agradável entretenimento é colecionar nomes de segurados classificando-os conforme sejam esquisitos, raros ou de gosto duvidoso. Pode-se também gastar bastante tempo criando denominações esclarecedoras para as siglas dos sistemas como, por exemplo, o CNIS - Castigo Nefasto Imposto ao Servidor.
Se o amigo estiver cansado de sua solitária diversão, poderá pegar um processo e, à guisa de pedir ajuda para análise do mesmo, aproximar-se de seu vizinho de mesa e, tendo posto uma folha de papel em branco sobre o volume aberto, jogar forca e ter o prazer de eliminar, ainda que apenas na imaginação, um a um, todos aqueles que você considera responsáveis por sua desdita profissional.
Discretamente é possível afastar as cutículas com um colchete, adiantando o trabalho da manicure; fazer confete com o furador de papel e acumular uma boa quantidade para o carnaval ou elaborar bloquinhos de papel reciclado. Agora, se você possui pretensões artísticas poderá aproveitar o tempo para fazer caricatura de algum segurado ou mesmo escrever textos virulentos sobre sua árdua experiência diária para, posteriormente, publicá-los num blog a fim de serem lidos por seus colegas de infortúnio.* ** ***



* Qualquer semelhança com este manual é mera coincidência. Ou não. Sei lá. (nota do editor).
** Cuidado com as suas observações, editor! Tenho uma reputação a zelar (nota do autor).
*** Então é assim, seu malandro? Espera só para ver a nota que vou te dar na avaliação. (nota do chefe do autor).

sábado, 22 de outubro de 2011

COMO SE DAR BEM SEM FAZER ESFORÇO – BENEFÍCIOS ASSISTENCIAIS



Como bem se sabe, grande parte daqueles que se candidatam a um benefício assistencial – LOAS – não é realmente necessitado do amparo do governo, entretanto,  como dinheiro nunca é demais, algumas pessoas acham que valem alguns sacrifícios para o acréscimo de um salário mínimo aos seus rendimentos. Caso o leitor deseje também participar dessa boquinha e faturar um troco, vamos aqui dar umas dicas.
               O primeiro passo para impressionar o servidor é chegar mancando e fazendo cara de pobre coitado, mesmo que você esteja longe de ser pobre ou coitado. Ao sentar, dê um suspiro sofrido, daqueles que guardam anos de dor e abatimento. Igualmente ajuda  ir acompanhado de uma muleta ou alguém que se passe por parente para dar a impressão de que você não pode andar por aí sozinho. Apresentar sintomas de desequilíbrio mental também é bastante convincente nesta primeira fase do processo. Certas frases podem ser repetidas várias vezes para reforçar seu estado psicológico: “Eu não estou bem hoje, não” ou “E tenho problema de cabeça”, porém, é bom prestar bastante atenção à fisionomia do atendente, pois ele  pode sofrer de verdadeiros distúrbios mentais causados por mau funcionamento do CNIS e não estar bem naquele dia e, influenciado por sua atuação,  acabar tendo um ataque por mimetismo e abandonar o atendimento pela metade caso não jogue o monitor contra a parede ou, pior ainda, contra você.
             Na avaliação social, algumas lágrimas costumam bastar para sensibilizar o receptivo coração da assistente social. O mais importante, contudo, é adequar a conduta ao falso atestado médico para ver se consegue se sair bem na perícia.
              De qualquer modo, o sistema SABI, sempre generoso, colabora muito com o requerente, fingindo não ver, por exemplo, os recolhimentos anteriores a dois meses, daquele contribuinte individual, caído repentinamente em desgraça, que deixou de recolher há pouquíssimo tempo, mesmo que o tenha feito por anos a fio e no teto. Esse é o chamado  LOASCombo, em que o cidadão pode combinar o fato de ser um pobre coitado e segurado da Previdência Social ao mesmo tempo. E ainda poderá usar o valor integral do benefício para pagar uma contribuição bem elevada e futuramente se aposentar com uma boa renda. Inclusive, a Previdência, que as estas alturas já se chamará Providência Social, estuda criar um benefício assistencial compatível com a renda  daqueles contribuintes que sempre tiveram recolhimentos altos devidos a cargos comissionados conquistados aqui e ali entre políticos amigos e que, ao final de seus dispendiosos mandatos, vêem-se desempregados e sem ânimo para prosseguir em qualquer ramo de atividade laboral. Esses nobres cidadãos, evidentemente, não poderiam manter sua qualidade de vida recebendo apenas um salário mínimo. Em reconhecimento aos serviços prestados será implantado o LOAS-Teto, cujo valor, conforme anuncia o nome, alcança o valor máximo  pago pela Previdência.
              Mas, atenção, pois nem sempre se obtém o resultado esperado, como recentemente aconteceu em uma APS em certa cidade litorânea de Goiás. O infeliz cidadão, que não possuía os dois braços, vitima de mordida dupla de tubarão, narrou sua trágica história com tamanha riqueza de detalhes, com tal envolvimento emocional que levou às lágrimas a servidora que o atendia. Ela, de tanta emoção, não se deu conta de que o rapaz, em tal estado, não teria como assinar o requerimento e lhe ofereceu o papel e caneta. Ele, tão empolgado estava por sua envolvente representação, que tirou os braços, subitamente regenerados, de dentro do paletó e com uma mão apoiou o papel na mesa e com a outra assinou o requerimento. Depois, sorriu, meio sem graça, disse um “ih, foi mal”, levantou-se e saiu, sem nem mesmo mancar...

sábado, 15 de outubro de 2011

                                        INSSaNews

Dataprev anuncia concurso
para 100.000 vagas










    Depois da trágica experiência vivida por uma equipe de servidores da Dataprev em uma APS foram tomadas providências para a melhoria dos sistemas da Previdência Social.
   Após várias reuniões com o senhor ministro que, estranhamente, só tinha ouvido falar em CNIS no batizado de um sobrinho que recebera esse nome, disseram-lhe, em sua homenagem  e que nossa reportagem apurou, posteriormente, ser a criança assim  chamada por ter nascido durante o atendimento do salário maternidade enquanto o servidor que  atendia a mãe tentava, em vão, colher informações do dito sistema a fim de habilitar o benefício. Justa, portanto, a homenagem ainda que não muito lisonjeira a sua intenção. Aliás, Knis, Quinis, Kinispefe e outras mais variações são tudo efeito da mesma causa elevando o inédito nome ao top 10 dos mais usados pelos recém-nascidos atualmente.
    Na verdade, a tal sigla anda tão em voga  que os mais modernos já não morrem na fila do INSS preferindo morrer na fila do CNIS, de acordo com as manchetes dos jornais que mudam os detalhes, porém,  não as notícias.
   Posto a par da situação, esclarecido sobre as dificuldades encontradas no trato dos benefícios, o senhor ministro transmitiu as recentíssimas informações para os andares de cima da administração com a recomendação expressa de que se tratava de salvar a reputação da Dataprev, cujos sistemas de informatização incompatíveis com a informática, iam se transformando em meros padrinhos de bebês de nomes esquisitos.

  Em poucas semanas criou-se uma verdadeira força tarefa para salvaguardar a empresa e foi anunciado um mega concurso que ofereceria 10.000 vagas para especialistas em informática.
   Informados de que não era só a instituição que corria perigo mas também o CNIS, filho dileto do órgão e outras crias mais novas, foi acrescentado mais um zero à cifra anterior e agora serão oferecidas 100.000 vagas para contratação imediata.
   Para bancar o custo da portentosa operação em época de séria contenção de despesas e pela urgência e relevância do tema, foi emitida uma medida provisória criando mais um imposto para a captação dos recursos necessários. Trata-se ISDVP (Imposto Sobre Desvio de Verbas Públicas) que consistirá no desconto 1% de todo o montante surrupiado aos cofres públicos, desde o dinheiro circulante em cuecas  até os valores mais higienicamente  escamoteados; de simples propinas ao superfaturamento de obras públicas, o que nos leva a acreditar que a Dataprev muito lucrará com os grandiosos futuros eventos esportivos e, em poucas décadas, o CNIS poderá vir a ser tão eficiente quanto o Google.
   Preocupado com os rumos da democracia e, diz um comentário maldoso, com os próprios bolsos, o Congresso se reuniu para debater a atitude presidencial. Um cientista político que presenciou a urgentissima reunião, oculto por trás de uma cortina, resumiu o fato em uma significativa parábola: “Barbas e bigodes se contorcem para sair desta saia justa sem cair do salto.” Aguardemos o desenrolar dos fatos...

         


domingo, 9 de outubro de 2011



         INSSaNews

Servidores da DATAPREV enfrentam o CNIS

    Após inesperado surto de  reclamações a respeito dos considerados eficientes serviços prestados pela DATAPREV à Previdência Social,  servidores daquele órgão foram designados para observar de perto o resultado de seus esforços informáticos participando, durante uma semana, da rotina de uma agência do INSS. Logo no primeiro dia da experiência, um deles ficou tão horrorizado com o que presenciou que saiu correndo do perímetro de teste e,  desnorteado, não prestou atenção ao trânsito e foi atropelado, tendo morte instantânea. Rezemos por sua alma.
  
    Os que não tiveram a sorte de deixar este mundo em momento tão crítico sofreram o tormento de enfrentar a sua criação, esse aglomerado de  sistemas  mal rejuntados, de interação conflituosa e comunicação hesitante, uma obra digna de um Dr. Frankenstein cibernético.
    
  Umas vezes mudos, outras, calados, sempre estupefatos, eles testemunharam as vãs tentativas dos servidores de utilizar seu mais famoso sistema, aquele que atende pelo nome de CNIS Cidadão e o resto de sua família, todos igualmente dotados da qualidade de levar ao desespero a totalidade de seus usuários, comprovando, a cada instante, a sua obsolescência e ineficácia.
   
  Finda a semana de tortura, os sobreviventes deixaram suas opiniões e sugestões a respeito da supliciosa experiência. Um deles, que não quis se identificar – e, curiosamente, ninguém o fez – disse que o CNIS, sendo um sistema relativamente novo, não tendo ainda nem 20 anos, precisa de uns pequenos ajustes para se tornar funcional e solicitou, para isso, um prazo de uns poucos anos. Aguardemos com fé.

  Outro, aparentemente mais lúcido e sensato, concordou que o CNIS é aquilo mesmo que os servidores acham que é, porém,  por respeito aos leitores, vamos nos resguardar  de citar o pouco delicado vocábulo.

   Um terceiro que se pronunciou falou sobre a possibilidade de se criar um programa de milhagem em que os servidores iriam acumulando pontos a cada tentativa frustrada de utilização do CNIS e que seriam trocados por dias de folga, o que os levariam a suplantar as dificuldades do dia a dia com mais boa vontade.

  O último entrevistado, não se sabe se em sinal de camaradagem com os sofridos servidores da APS ou em defesa do fruto de seu trabalho, alinhou-se àqueles que desejam o retorno das 30 horas e declarou: - Não são necessárias oito horas para se fazer uma consulta ou uma atualização em nossos sistemas; seis horas são suficientes. Esperemos que, em breve, ele esteja certo.
                       

domingo, 2 de outubro de 2011

MOMENTO POÉTICO - ODE AO CNIS (ou ODEIO O CNIS)



Oh! Meu odiado inimigo CNIS
Por que você faz com que eu tenha
De digitar tanta informação
Como a matrícula, a senha
E o nome do cidadão
Para então negar-se a trabalhar?
Desta vez foi por um triz,
Já ia em meio a minha pesquisa...
E lá vou eu ter de novo de digitar
Toda aquela infortunada sequencia...
Por que não dá um sinal, não avisa
Vive a testar a minha paciência
E repito de novo e de novo
Todos aqueles dados
E já se aglomera o povo,
Ansioso e apressado
E olha o que você me fez
Acabou de me deixar na mão,
Vou ter que começar tudo outra vez...
CNIS, meu terrível tormento
Que transforma num suplício
Uma simples habilitação.
Quando chegará o momento
De eu conceder esse benefício
Que dizem que sai em meia hora,
Se você teima em não funcionar?
Já tem segurado indo embora
Porque não agüenta mais esperar,
E você não está nem aí para isso...
Vê se funciona, seu desgraçado,
Não me atrapalhe mais o serviço!
Filhote maldito da Dataprev  -
Outra vez você caiu!
Eu xingo o monitor e soco o teclado -
Para nada você serve !
Eu dou  gritos, alucinada,
Sistema miserável e vil!
Você quieto, não reage,
Sorte que não sou desbocada,
Se usasse a linguagem de Bocage,
A rima seria bem menos sutil...




domingo, 25 de setembro de 2011

TÉCNICAS DE SOBREVIVÊNCIA EM APS – 135



A Previdência Social oferece ao cidadão um canal remoto para que ele obtenha informações e faça agendamentos de benefícios sem  ter de se deslocar até uma agência do INSS.
O atendimento pelo 135, cuja ligação é gratuita para todo o país, à exceção de ligações feitas por celular, que aí já é abuso e desperdício de dinheiro público, é feito por atendentes terceirizados, altamente qualificados, com grande conhecimento de legislação previdenciária adquirida em sua fugaz passagem pela instituição.
O trabalho se caracteriza também pela boa vontade dos atendentes que acatam qualquer pedido do segurado fazendo todos os tipos de agendamento principalmente  para serviços que não são mais oferecidos como, por exemplo, simulação de tempo de contribuição, feito exclusivamente pela internet. Tal dificuldade é contornada com o  agendamento de qualquer outro benefício para o que o contribuinte apresente-se à APS, na hora aprazada, para ouvir diretamente do servidor do INSS que tal serviço é feito exclusivamente pela internet. Portanto, não se espante o colega se, algum dia, ao chamar um salário maternidade, apareça em sua frente um robusto senhor de meia idade cuja semelhança com uma parturiente reduza-se a uma exuberante pança proporcionada pela abundância de cerveja.  Ele colocará em seu guichê uma pilha de carnês e outra de carteiras profissionais e ficará indignado quando o servidor perguntar se ele pretende dar entrada no salário maternidade, benefício efetivamente agendado. E cabe ao infeliz servidor, sem o anteparo do anonimato nem de nenhum telefone, esclarecer, informar e acalmar o segurado, a essa hora irritadíssimo com a sua negativa em fazer a contagem de tempo por ele desejada.
Outro bom serviço prestado por esse canal remoto diz respeito à vanguarda da legislação quando o segurado obtém aprazíveis informações a respeito de cálculo de aposentadoria que ainda não foi e muito provavelmente nunca será implementado, como, por exemplo, que a soma de 50 anos de idade mais 10 de recolhimento perfazem 60 o que dá direito à aposentadoria por idade para as mulheres. Então, bem recomendada chega a senhora, sem idade mínima nem tempo bastante, e cabe a você, colega de lida e sofrimento, dar-lhe a má noticia, ouvir sua interlocutora argumentar que não obteve tal informação de um servidorzinho qualquer mas do 135, para então apaziguar seu chilique, secar-lhe as lágrimas e abanar-lhe a fronte.
Criado e incentivado pelos atendentes do 135  o Prevdente  consiste no “antes pecar por excesso que por falta” que faz com o cidadão compareça à agência munido de todos os documentos possíveis e imagináveis menos os indispensáveis para a obtenção do benefício pleiteado, como é o caso da viúva que, pretendendo dar entrada na pensão por morte do marido aposentado, traz, como solicitado pelo 135, todas as carteiras profissionais e carnês, tanto dela quanto dele, identidade, CPF, cartão do SUS, cartão de banco, carteira de vacinação, receita médica e remédio para tosse, esquecendo-se apenas da certidão de óbito do finado, porque não fora informada da necessidade de sua apresentação, de modo que é mais fácil a requerente deixar a agência  aposentada que pensionista o que, no fim das contas, não é de todo mau, embora inusitado.
Para neutralizar essa atrapalhada solicitude e elástica interpretação da legislação previdenciária sem que seja suspenso a atendimento telefônico, está sendo planejado a terceirização globalizada do serviço que passará a ser oferecido pelo 135000, localizado na China, o que em muito barateará o custo  do serviço além de não alterar substancialmente o seu resultado, a não ser que algum segurado entenda mandarim.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

TÉCNICAS DE SOBREVIVÊNCIA EM APS – O ESOTERISMO


      Um servidor do INSS precisa, para manter sua inssanidade em níveis aceitáveis, sem muitas crises e abalos emocionais, passar por cursos iniciáticos de variada complexidade, formando, a reunião de todos, uma doutrina secreta dominada por poucos e sábios mestres, que transmitem seus conhecimentos herméticos a uma meia dúzia de escolhidos.
O primeiro curso a ser ministrado ao iniciante é o de karma yoga ou a yoga das ações desinteressadas. Este deve ser o princípio básico da relação do servidor do INSS com a instituição, com os segurados, a chefia e os sistemas da DATAPREV. O colega deve colocar todos os citados itens à frente do seu salário que deverá ser visto apenas como o efeito de boas causas realizadas.  Um exemplo são os sistemas com os quais trabalhamos diariamente cuja questionável funcionalidade se sofistica a cada dia sem que isso implique em correspondente melhoria de acessibilidade e manuseio. Tomemos por base o novo mimo que nos foi ofertado, o CNISPF. Este maravilhoso e conciso sistema parte do princípio de que não se deve acertar um cadastro em uma tela e 10 cliques se o pode fazer em três telas e 300 cliques, em moderníssimo e refinado estilo rococó cibernético. À primeira vista, ou seja, antes de realizado o curso de karma yoga, o servidor pode ficar um tanto irritado com toda essa frescura para se acertar um cadastro, com tantas exigências desnecessárias, entretanto, depois deste primeiro diploma, estará completamente adequado ao seu destino, sofrendo as agruras do dia a dia com absoluto desprendimento.
Outro curso bastante interessante que compõe o currículo do servidor esotérico é o de Faquirismo, através do qual ele se tornará apto a trabalhar alheio a certas premências fisiológicas que tanto incomodam certos gerentes, como a alimentação, as idas ao banheiro e os cafezinhos, podendo renunciar, assim,  ao horário de almoço e outras mais necessidades comezinhas, economizando as duas horas que o servidor costuma gastar diariamente em suas idas e vindas até suas fontes de nutrientes e alívios, ampliando, sobremaneira, a carga horária utilizada para o efetivo trabalho.
O módulo mais avançando destas experiências místicas é o de paranormalidade que inclui, entre outros aprimoramentos dos sentidos,  a telepatia e a vidência. A primeira facilita muito o relacionamento como o segurado que chega a APS sem saber explicar o que ali veio fazer uma vez que a comunicação por pensamento dispensa a relação verbal. É de enorme utilidade para o servidor que está distribuindo as senhas já que saberá exatamente para que setor encaminhar seu interlocutor mental de modo a agilizar a fila e  sem incorrer em erros de direcionamento.
Já a vidência é muito importante em atendimentos em geral onde ajudará o servidor a enxergar aquilo que só o segurado consegue ver sem aditivos paranormais como tempo de contribuição que não consta em sistema nem em CTPS, documentos não apresentados, entre outros. Ao mesmo tempo que o clarividente servidor vê o inescrutável, deixará de perceber as evidências contrárias às necessidades do cidadão como inclusões indevidas de vínculos no CNIS.
Ao fim deste último e mais valoroso curso, poderá  o ilustrado servidor se perguntar se estaria na autarquia caso tivesse desenvolvido anteriormente o dom da premonição, porém, este é um pensamento que o bom senso aliado aos conhecimentos recém-adquiridos logo afastará de sua mente.

  

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

TÉCNICAS DE SOBREVIVÊNCIA EM APS – O CONCURSEIRO FELIZ



O felizardo concurseiro do INSS que percorreu, não sem ansiedade, o longo caminho que vai do edital até a nomeação tem toda a razão de estar em estado de graça em seus primeiros dias de trabalho, principalmente por ter se livrado, pelo menos momentaneamente, do incômodo neologismo que, em vários casos, o relacionava diretamente ao desemprego. Esse maravilhoso período se resume em uma exagerada boa vontade em relação a todo ser vivente que  circule pelo ambiente de trabalho seja ele colega, segurado ou mesmo o auto-denominado “consultor previdenciário” e dura, normalmente, até o recebimento do tão esperado primeiro salário, impiedosamente gasto em poucos dias,  momento em que ele percebe que os honorários não são assim tão bons quanto ele imaginava, não tanto pelo valor como pelo seu alto custo, constituindo esse  o seu primeiro choque com a realidade.
A partir de então, já acostumado com a rotina diária, mas ainda mantendo a alegria de servir, de onde se origina o substantivo de sua profissão, o neófito já consegue fazer certas distinções entre os colegas, a reconhecer os segurados mais assíduos e a achar um tanto cansativa a presença insistente dos tais “assessores previdenciários”, os quais já denomina, mentalmente, com adjetivos menos elaborados e não muito lisonjeiros. 
Bem sabemos que ninguém nasce com a vocação para servidor público desde as priscas eras em que o mesmo era representado em sua repartição apenas por um paletó  envolvendo o encosto da cadeira, que podia lá ficar por dias sem que se desse pela ausência de seu proprietário. Bons tempos aqueles... Hoje  os funcionários públicos, com invejáveis exceções, trabalham. E os servidores do INSS lotados nas agências trabalham em dobro uma vez que não podem ser divididos ao meio sem considerável perda de sua capacidade laborativa, o que facilitaria em muito a alocação do mesmo em mais de um setor de atendimento.
Depois de um semestre de luta contra os sistemas rebeldes que só funcionam quando e como  desejam  acrescidos às dificuldades de se lidar com uma clientela de variada complexidade e uma legislação em constante mutação, o servidor já está achando que precisa de um aumento – salarial, que o de trabalho é constante. Esse é o início da crise dos seis meses também conhecida como “as ilusões perdidas”. É nessa etapa de vida laboral que o servidor tem que se precaver para não se tornar um desiludido trabalhador e se identificar com os colegas mais antigos. Aconselha-se, então, a começar imediatamente um trabalho de recuperação da estima profissional enfrentando, com honra e galhardia, os problemas diários. Nessa fase inicial da crise abstenha-se de remédios controlados, use apenas,  e até quando for possível, calmantes fitoterápicos.
Se, ao completar um ano de serviços prestados à valorosa autarquia, ao invés de cederem, as tentações de esmurrar o computador ou, caso crítico, um segurado ou o seu equivalente representante, tenham quase se tornado irresistíveis, está na hora de procurar ajuda em algum comprimido mais eficaz. Não o arsênico, não cheguemos a tanto. Essa fase se denomina “as ilusões irremediavelmente perdidas”. É um período que se pode considerar definitivo na vida de um servidor do INSS. Ela se caracteriza, inicialmente, por consulta aos jornais de concursos públicos ou uma intensa vontade de tentar algo novo como, por exemplo,  virar camelô ou vendedor de amendoim em ponto de ônibus. Segue-se, então, um período de revolta, em que nenhum aumento salarial, nenhuma promessa amaina e o desejo de fuga e liberdade  o persegue constantemente como a um presidiário. E é esse significativo momento, em que ele passa a concordar com todos os detalhes descritos no presente manual,  o mais apropriado para dar uma reviravolta em seu destino.
Passada essa terrível fase, caso não tenha sucumbido à tentação de abandonar tudo,  o servidor já terá alcançado a estabilidade após os três anos de estágio probatório, e adentra a fase do desânimo, onde ainda se questiona, mas já com menos desespero, se vale mesmo a pena fazer outro concurso e talvez encontrar iguais dificuldades e frustrações e se teria forças para pedir uma exoneração e se aventurar por profissões mais lucrativas embora arriscadas. O servidor permanece nesta etapa por variável período de tempo, em permanente crise existencial, até passar à fase definitiva, a do marasmo absoluto, onde concorda com tudo, não discute, não questiona e não reclama tendo como objetivo unicamente a aposentadoria  e a liberdade que a acompanhará.