sexta-feira, 23 de março de 2012

                                        INSSaNews

Resolução 2035 de 23 de março de 2012
     O Grupo de Trabalho dos INSSanos (GTI), presidido pela excelentíssima servidora Dona Conceição, após minuciosos estudos e profundas análises, através da Resolução Inócua 2035 de 23-03-2012,  decide:
  1. Exonerar o SISREF e abrir licitação para a escolha de outro sistema de ponto uma vez que o atual não corresponde às necessidades básicas dos servidores como coerência, assiduidade e pontualidade, já que costuma modificar a jornada de trabalho do servidor de uma hora para outra, resultando em saldo negativo ao fim do dia; nem sempre está no ar e faz alterações aleatórias nos horários de entrada e saída, levando o servidor a uma preocupação constante com essas irresponsáveis mudanças, nunca sabendo, ao certo, se cumpriu a carga horária obrigatória.
  2. Eliminar os atendimentos de demanda espontânea fazendo com que os mesmos  sejam todos agendados. Só desta forma o segurado irá retirar no banco o extrato de rendimentos, também conhecido como “papel para viajar” ou correrá o risco de ter que pagar a passagem se o agendamento para tal serviço estiver  indisponível. Então, aprenderá também a fazer cálculo de atrasados e pegar extrato para imposto de renda pela internet. Assim, eliminando 80% dos atendimentos 
diários, sobrará tempo e servidores para se trabalhar     o      acervo, acabando com os processos represados e garantindo a GDASS integral.
  3. Criar um grupo de apoio ao segurado dependente, já que não haverá mais a possibilidade de o cidadão passar o dia inteiro na agência e, portanto, deverá ser orientado a ocupar o tempo de modo mais produtivo. O Segurados Anônimos se encarregará de fazer terapia em grupo além de criar oportunidades lúdicas e compensatórias como torneios de gamão e cursos de como dar milho aos pombos de forma econômica e eficaz.
   4.  Instituir o Plano Instantâneo de Carreira (PIC). Através do PIC os servidores aprovados no último concurso, tão logo nomeados, passarão a exercer a função de supervisor, recebendo a excelente gratificação correspondente, trabalhando amplas e agradáveis oito horas diárias enquanto os atuais ocupantes do cargo serão destituídos, perdendo, inclusive, seus atributos horários, trabalhando apenas seis horas por dia.
   Essas determinações entram em vigor a partir da data de sua publicação.






 Presidente do GTI

sexta-feira, 16 de março de 2012

TÉCNICAS DE SOBREVIVÊNCIA EM APS – OS SEGURADOS


Para uma boa e salutar execução do serviço é necessário que o servidor conheça o tipo de segurado que está atendendo com o objetivo de adaptar o atendimento ao atendido e, com isso, evitar a exposição a qualquer dano físico ou mental.  Em outras palavras, a cada qual segundo seu comportamento. Nada de esforços vãos, nenhuma perda de tempo desnecessária ou discussão inútil. Bem interpretados, os segurados perdem grande parte de sua periculosidade, assim, vejamos:
Os segurados classificam-se de acordo com variados aspectos, a saber:

1.      Quanto ao grau de tolerância à realidade:
a.       Realista – Compreende  quando o servidor lhe informa que ainda falta algum documento para a conclusão do serviço desejado e procura obter explicações a respeito do fato.
b.      Mimado – É aquele segurado que não suporta ser contrariado principalmente quando a fonte de sua informação é um veículo altamente confiável como o rádio, o jornal ou o 135. Não adianta o servidor explicar que ninguém se aposenta com apenas dois anos de contribuição se o locutor alienado de uma estação de rádio qualquer afirmou o contrário. Como essa espécie de segurado é preciso ter muito cuidado. Ele só espera um motivo para inferir que você não está respeitando seus direitos, que o está destratando ou coisa que o valha. Não discuta com ele, concorde com tudo, habilite o benefício e não esclareça mais nada. Aos ignorantes, a ignorância.
c.       Chantagista – É o tipo que começa a se lamentar tão logo é informado que não tem direito ao benefício desejado. Começa a dizer que é um infeliz, chora, reclama que tem pressão alta e, se você não o detiver, é capaz até de sofrer um enfarto na sua frente só para fazê-lo sentir-se culpado. Logo aos primeiros lamentos, mantenha-se em silêncio. Ou leve a solidariedade ao extremo, conforte-o, deplore a sua sorte, chore também. Ele não vai receber o benefício mas, pelo menos, sairá mais consolado.


2.      Quanto ao nível de impostura:
a.           Sincero – Tomemos com exemplo um LOAS idoso para ilustrar este item. A senhorinha chega acompanhada do esposo e revela que ele é aposentado. Ao tomar conhecimento de que isso é impedimento para que ela obtenha o benefício, ela aceita e desiste de dar entrada no mesmo e vai embora sem fazer drama.
b.          Loroteiro – A mesma senhorinha, quando indagada se é casada, olha para o marido, fica em dúvida do que responder e espera que o servidor prossiga para ver o que deve falar a fim de não colocar obstáculos diante de seu objetivo. Ao saber mais detalhes afirma que o acompanhante é seu vizinho, que, embora casada, não tem notícias do marido há trinta anos, informações facilmente desmentidas com uma análise mais apurada dos fatos.
c.           Mitômano – Igualmente interpelada, a senhora nega conhecer a pessoa que a acompanha, afirma, inclusive, ter vindo absolutamente só. Diante do olhar incrédulo do servidor ela afirma que aquele homem deve ser um ladrão ou um tarado visto ser a primeira vez que ela o vê na vida. Continua sua história dizendo que desde jovem é muito doente e enumera tantas e conjuntas doenças que, se verdade fosse, já há muito teria falecido; que foi abandonada pelos onze filhos, mesmo aquele que paga as suas despesas  e cujo nome ilustra a conta de luz que ela está apresentando para comprovação de domicílio; que passa fome, apesar da exuberância adiposa que exibe entre outras mais mentirinhas.


3.      Quanto ao grau de urbanidade:
a.       Civilizado – É aquele segurado que, depois de esperar duas horas para ser atendido, ainda consegue ser cortês com o atendente.
b.       Domesticado – Este cidadão é um daqueles que olha atravessado para o servidor que está há mais de um minuto sem atender ninguém, que resmunga com o companheiro do lado e que olha para o relógio a todo o momento. Ele deve ser tratado com muita cautela pois seu controle é rígido, porém, instável e qualquer imprevisto durante seu atendimento pode desencadear um crise de conseqüências imprevisíveis.
c.       Troglodita – Este delicado espécime, depois de passar horas reclamando em voz alta, gritando ao celular e chamando os servidores de vagabundos, costuma, à guisa de bom dia, gentilmente soltar uma amenidade tal como “depois vocês levam um tiro e não sabem porquê”. Com tipos assim, não perca seu tempo, exiba, você também o seu lado selvagem dê um certeiro golpe de tacape no coco do meliante. Esta atitude temerária tem três aspectos positivos: você se livra imediatamente do problema, serve de exemplo para os demais segurados e ainda consegue um afastamento para tratamento psiquiátrico.


sábado, 3 de março de 2012

TÉCNICAS DE SOBREVIVÊNCIA EM APS – OS PENSADORES

A citação de um sábio e popular filósofo nacional, não dos mais otimistas, há de se convir, nem sempre pode servir para ilustrar a vida funcional de um servidor do INSS. Mestre Tiririca, ao pronunciar seu célebre axioma - mais famoso ainda por ser o único que outro não disse e nem este a ele se deve a autoria - provavelmente não previa seu uso além dos limites do próprio interesse. Em termos de APS, pior que está sempre pode ficar. E fica. Diríamos até que, filosofando em superficiais profundezas, tal qual o judicioso acima citado, nada é tão bom que não possa ser ruim. Analisemos o tão esperado retorno à jornada de trinta horas semanais a fim de comprovar nossa proposição:
1. Se não se der conta de atender todo aquele povaréu que assoma à agência, impiedosamente estaremos condenados a voltar a trabalhar oito horas. E a matemática hesita em fechar as contas de uma regrinha de três composta em que servidores trabalhando duas horas a menos e a agência aberta duas horas a mais equilibrem a uma demanda crescente. Enquanto há porta aberta, há gente entrando. Entretanto, encaremos o fato com profunda confiança e total otimismo, afinal, segundo o Paradoxo de Murphy, “Fazer as coisas de maneira mais difícil é sempre mais fácil”.
 2. Poderia se imaginar que, uma vez diminuindo a carga horária e ampliando o período de atendimento, haveria menos tempo para se analisar os benefícios, o que sugeriria uma alteração das metas a serem cumpridas, o que não ocorreu. Evidentemente não se deve ver nisto indício de má vontade para com os servidores, apenas um sutil erro de reflexão uma vez que são mesmo tortuosos os caminhos do raciocínio. Aqui caberia citar a Máxima de Manly que diz que “A lógica é um método para chegar a uma conclusão errada com absoluta confiança”. Nada premeditado, portanto.
3. Isto posto, temos um problema. Ou vários. Já que a autarquia não costuma  ser muito pródiga em nomear novos servidores, a primeira coisa que se pensa é em repatriar aqueles colegas que pediram asilo nas dependências da gerência em total concordância com a Lei de Lynch que garante que “Quando as coisas pioram, todos vão embora”. Logicamente, todo mundo reluta em perder a tranquilidade que reina nos andares de cima. E aí se desemboca na Lei de Savareid que afirma  que “A principal causa dos problemas são as soluções”. Esperar pela boa vontade do colega para dividir o seu calvário é algo totalmente inútil. Conforme a Lei de Mencken  “Para cada problema na humanidade existe uma solução simples e clara, e está será sempre a solução errada”.    
Enquanto não se descobre a resposta mais vigorosa e eficaz para seus aflitivos e  insolúveis problemas,  o servidor contemplado com a redução da jornada se desdobra, chega mais cedo, faz serão, participa de mutirões nos fins de semana, já que, em conformidade com a Lei de Parkinson “O  trabalho expande-se de forma a preencher todo o tempo disponível para a sua conclusão”. Enfim, para garantir as 6 horas diárias ele não hesita em trabalhar 50 horas por semana, contrariando completamente o princípio da contradição de Aristóteles segundo o qual “Uma coisa não pode, a um só tempo, ser e não ser”.
De qualquer forma, aproveitemos este período sem prazo determinado de menor carga horária como se ele fosse um doce que a qualquer momento nos pode ser tirado da boca. É uma bala que deve ser chupada com o papel para que, mesmo que não experimentemos todo o seu sabor, ela nunca se acabe.