quinta-feira, 14 de abril de 2011

TÉCNICAS DE SOBREVIVÊNCIA EM APS – ESTATÍSTICAS

Números, índices e porcentagens são elementos que não podem faltar em livros técnicos como este, pois dão credibilidade a uma matéria uma vez que essas minúcias revelam um exercício criterioso e detalhado de pesquisa, trabalho de campo e análise profunda do tema. Embora 72,5 % das pesquisas não possam ser confirmadas, deixando no ar uma certa dúvida sobre sua veracidade, esse pormenor é insignificante e não ofusca o brilho de letreiro luminoso que a combinação de números oferece.- 72,5 %! Uau! - dirá o leitor. As pessoas gostam de acreditar no que ouvem ou leem.
O servidor da Previdência, por exemplo, em sua reunião mensal, é inteirado de todos os índices que permeiam o atendimento e o processamento de benefícios, muitos deles conflitantes como, por exemplo, o tempo médio de atendimento X resolutividade. Muito bem sucedidos em retórica, os criadores dessas equações são um tanto ineficazes em cálculos simples e desconhecem a base das grandezas diretamente proporcionais que, de acordo com o rigor científico, conclui que, quanto mais tempo é gasto no atendimento, maior a possibilidade de resolução do problema, no caso, um benefício, e preconizam exatamente o contrário, exigindo mais rapidez no atendimento e mais alto índice de resolutividade, tudo ao mesmo tempo. Mas quem de nós não se emociona ao ouvir falar que o TMA (tempo médio de atendimento) deve ser de 30 minutos e nós alcançamos a média 28 minutos e 32 segundos? Ou que o IRES (índice de resolutividade) ideal é de 45 % e estamos em 46, 78 %? E ficamos a imaginar o que se pode mais fazer para quebrar recordes e alcançar o mais alto degrau do podium previdenciário.
Então, hoje nós vamos aqui oferecer alguns números para o regozijo e informação dos colegas e que poderão ser usados para fazer  boa figura em conversas com amigos e familiares, entreter crianças e até mesmo iniciar um namoro com intenções matrimoniais, dado o interesse comum e elevado grau importância, comparáveis aos índices acima citados.
·                                  38% das senhorinhas contempladas com um Benefício Assistencial ao Idoso (LOAS) - que, à época do requerimento do benefício, ao apresentarem uma certidão de casamento,  juraram de pés juntos não terem notícias do cônjuge há mais de 40 anos - retornam em pouco tempo, com a mesma certidão com a finalidade de obter uma pensão por morte. 93% destas pobres viúvas ficam absolutamente espantadas quando lhes é mostrada a declaração de separação de fato anexada ao processo de LOAS. Os 7% restantes afirmam que a assinatura não é delas.
·                                  63% dos aspirantes a um Benefício Assistencial ao Deficiente sofrem apenas de hipertensão ou cefaléia. 89% dos requerentes que se declaram vítimas de síndrome do pânico são vistos regularmente passeando pelas ruas da cidade ou tomando cerveja com os amigos.
·                                  São em média de cinco as tentativas de aposentadoria por idade antes que o cidadão resolva compreender que não tem direito ao benefício e se aventure a um pedido de LOAS. Já os pedidos deste último chegam a oito antes que o mesmo cidadão resolva compreender que também não faz jus a este benefício.
·                                  99,8% daqueles segurados que conseguem um auxílio doença desejam mantê-lo a todo custo e, de preferência, engatar com uma aposentadoria por invalidez; 0,2% falece antes do término do  benefício.
·                                  96% dos segurados que ficam desempregados por mais de 30 dias recorrem ao INSS em busca de um benefício de modo a garantir um equivalente a férias remuneradas. O primeiro deles é o auxílio-doença e sua motivação principal é algum problema de coluna. A partir de terceiro mês de desemprego, 74% das seguradas engravidam a fim de usufruírem o salário maternidade e 25% dos segurados se esforçam por conseguir uma vaga num presídio com o objetivo de assegurar o sustento da família através do auxílio-reclusão.


                95,7% das cifras acima são verdadeiras e baseadas em pesquisas realizadas em diversos estados, ao longo do tempo; os 4,3% restantes podem ser considerados como um arredondamento de crédito...



14 comentários:

  1. Oba! Vou ser a primeira a comentar!! He he he...

    Artigo muito bom, dados estatísticos de primeira!

    Abraços!

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  2. Esse blog é muito bom. Parabéns!

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  3. O melhor capítulo do blog! Com somente 0,97% de dúvidas.
    Os dados utilizados como fonte da pesquisa foram extraídos dos uteis boletins da ACS!!?? o.O

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  4. Mas com certeza é o melhor até agora! Faço questão de mandar para os colegas, com cópia para a Gex!!! kkkkkkkk

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  5. Agora sim temos estatísticas interessantes para discutir na próxima reunião na APS.

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  6. Hahaha.. Fenomenal.
    Essas estatísticas deveriam estar em pauta nas pranchetas dos que se esforçam pra legislar Instruções Normativas.

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  7. Hummm!!!! Deve ser um serviço muito exaustivo, que exige queima de neurônios sem fim, ficar observando aquela sala-controle e seus painéis multicoloridos(parece desfile de escola de samba), ligando pras APSs e avisando as chefias dos horários extrapolados,para depois informar esses dados via planilha......E depois, ouvir essa babozeira toda na reunião mensal.......putz....que saco !!!!!!

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  8. Hmmm... sei.. imagino que tais dados estatísticos tenham sido extraídos do Suíbe! Poderia ter sido do Plenus? A não, já sei!!
    Foi da sala de monitoramento citada no texto, né?
    Afinal, para que servem as fontes de extração se elas jamais correspondem a realidade, não é mesmo?

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  9. hahaha

    pois prefiro dispender 90 min para habilitar um benefício rural e não correr risco de PAD, haha

    ou estrapolar um salário maternidade urbano e checar o CNIS - q geralmente cai (cai cai Cnis, cai cai Cnis, aqui na APS)

    q o alto escalão fique com os números imaginários, ops, estatísticos, pq nós temos é que trabalhar com a realidade

    acrescento ao número incontável de aposentados que se dizem espantados - fazendo até caras e bocas - com os 07 empréstimos consignados.... depis acabam revelando que fez a pedido do neto de 32 anos, ingênuo, q não teve uma oportunidade de trabalho e queria tanto um play station.....

    parabéns por todas as postagens

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  10. Parabéns. Mais um momento de distração em relação ao nosso serviço tão estressante.
    Um dado importante é que 97,87% dos homens que requerem uma aposentadoria por tempo de contribuição julgam que tal contagem se inicía no dia de admissão do primeiro emprego e vai até a DER sem nenhuma falha. Ele tem 97,45% de certeza que jamais esteve um dia desempregado neste período e ao ser confrontado com sua CTPS olha nos seus olhos e afirma "meu primeiro emprego foi em 1976, portanto tenho 35 anos de trabalho". E assim conseguem finalmente um 35 (despacho).
    Um forte abraço a todos que diariamente enfrentam a pesada rotina do INSS (Isto Nunca Será Solucionado).

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  11. Hj tinha um camarada engomadinho (com cara de adEvogado...) que veio em minha direção (eu estava atendendo aux-doença) e perguntou: Olha, só preciso protocolar esse doc. aqui, tenho mesmo que esperar tanto? Eu disse: amigo, pega uma senha de informação que alguém lhe atende. Ele disse: já peguei... E eu: então aguarda aí que vc logo vai ser chamado. Passaram-se dez minutos e ele veio de novo: ó, assim não dá, vou perder meu ônibus, já estou aguardando há 30 minutos... Ai ai ai... Acho que precisamos ter alguém explicando como funciona o atendimento, mas para iss´tb seira preciso pegar senha.kkkkk

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  12. Gente, esse blog é bom demais!!! Tô com dor de barriga de rir aqui! E o pior é que a gente ri sabendo que deveria chorar, e que os números aqui divulgados tem 99,99% mais credibilidade que os números oficiais...

    Parabéns aos idealizadores desse espaço!!!!

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  13. Não esquecendo que 63% das desempregadas que engravidam entram em auxílio-doença no segundo mes de gestação por depressão...

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  14. Gostaria de ressaltar o primeiro tópico abordado!
    Perfeito!

    Parabéns, colega!

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