O objetivo último de todo trabalhador
é alcançar a aposentadoria – e quanto mais cedo, melhor. Nem que para isso
tenha que unir o útil ao desagradável, contrariando a máxima popular que
prefere unir a vantagem ao agradável. No melhor estilo “fazer do limão uma
limonada”, de preferência bem doce, muita gente se agarra com fortes tentáculos
a um providencial auxílio doença com a exclusiva finalidade de conseguir uma
aposentadoria por invalidez. Muitos segurados estão tão convencidos de que ainda
estão incapacitados para o trabalho mesmo depois de já estarem totalmente
curados que a simples lembrança de terem de retornar ao emprego já lhes trazem
de volta todos os sintomas da recente doença. Ou os de uma nova, como não é
raro acontecer. Não é à toa que um terço de todas as aposentadorias é dessa
espécie. Mas ainda é pouco e, para aumentar esse número de beneficiários é que
a “Providência Social” flexibilizará o seu leque de doenças potencialmente
aposentáveis. A seguir daremos alguns exemplos destas novas enfermidades cujos
laudos médicos servirão de prova plena e que podem facilmente ser encontrados
nos melhores camelôs do ramo.
Espartilhose asfixiante: O uso
constante de espartilho muito ajustado ao corpo promove autênticos e
cinematográficos desmaios, principalmente nos dias mais quentes. Impressiona
positivamente desde colegas de trabalho até médicos peritos e dá a real
impressão de que algo vai muito mal com o usuário desta peça de vestuário que se
sufoca e se abana com frequência.
Colarite oportunista: Um colar
cervical, pomposo e exuberante, é o
suficiente para diagnosticar variados e gravíssimas patologias de coluna ou de
outras quaisquer partes da ossatura, como
bico de papagaio e espinhela caída.
Gangrena filética: É uma necrose
cutânea artificial originada na putrefação de um bife sobreposto a determinada
parte do corpo durante o prazo de uma semana, sem tempero ou refrigeração.
Mumificação parcial: Caracterizada
pelo envolvimento por ataduras de membros superiores ou inferiores ou da caixa
craniana e com o segurado movido a
muletas ou cadeira de rodas e amparado por emotivos acompanhantes.
Depois de conseguir sua aposentadoria
por invalidez, o próximo passo é obter a majoração de 25% devida aos
aposentados que dependem de terceiros para a sua atividade diária. Também neste
quesito haverá mais elementos a serem considerados tais como:
Impossibilidade de se levantar sozinho
nas primeiras horas do dia sendo dependente do auxílio de terceiros para
retirar as cobertas e virar a cama para que o aposentado se ponha de pé.
Falta da unha comprida do dedinho
mindinho responsável pela execução da faxina dos recônditos auriculares e que
resulta na utilização de outro elemento para a realização da atividade, como
por exemplo, um cotonete ou a tampinha de uma caneta.
massa...
ResponderExcluiradorei os recônditos auriculares
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Graças a os incompetentes peritos do INSS, é que temos este número elevado de aposentados por invalidez.
ResponderExcluirUm médico perito que cai nestes truques, é no mínimo um vagabundo, que não tem nem a coragem de tirar a bunda da cadeira, para fazer uma perícia de verdade no pseudo-paciente.
Os vagabundos estão do outro lado da cadeira, querendo dar volta nos servidores, tanto peritos como administrativos.
ExcluirSe vc trabalhasse no INSS teria a noção exata da situação.
Parabéns ao Fernando pela perfeita definição do ponto de vista da maioria da clientela. Definiu muito bem o perfil de 90% dos atendimentos realizados, pois dificilmente alguém entra na agência sem estar pronto a chamar qualquer um que passa pela frente de vagabundo... Ninguém trabalha né?
ExcluirSó falta agora fazer definir pelo ponto de vista da Polícia Federal, dos servidores que trabalham com auditoria e suspendem diversos benefícios irregulares por dia, dos peritos que recebem chapa de RX de criança em perícia de adulto, da sogra que denuncia "anonimamente" (hahaha) o genro pilantra e qualquer outro ponto de vista pouco recheado de discurso vazio repleto de Senso Comum.
Olhe para si ou ao seu entorno e certamente verá, conhecerá ou ouvirá falácia de alguém que se aproveita ou se aproveitou da previdência através de um "golpe". A minha pergunta em si, é o que você fez, já que o dinheiro era seu... Denunciou, chamou o meliante de vagabundo ou resmungou algo a repeito dos servidores?
E viva o Senso Comum e o olhar para o umbigo! \o/
Ass.: Dona Conceição Vagabunda de Primeira Linha, quase uma P#T@ VELHA de tanto trabalhar e só ouvir desses elogios...
É, a gente trabalha igual condenado e tem que ler esse tipo de coisa...
ExcluirDona conceição, excelente resposta! A maioria reclama dos servidores, xingam, mas quando fica sabendo de um ou outro que deu o golpe no INSS ficam calados. O brasil é uma hipocrisia pura! Tem gente honesta sim, mas a grande maioria quer ficar "encostado pelo inss", quer receber aposentadoria do "FUNRURAL" RSRSRS.... tenha dó!
ExcluirJá presenciei uma cena hilária. Nos meus tempos de mocinha, jovem funcionaria do INPS, chego num rasta pé de minha cidade e percebo uma síncope coletiva. Pessoas caem no chão simultaneamente sem aparente motivo.
ResponderExcluirPassados alguns minutos, após boa olhada, percebo que tratavam-se de recém mumificados que haviam acabado de me reconhecer. A parte divertida da história foi que ao perceberem que eu não iria embora (estava muito divertido e havia acabado de chegar acompanhada) e que não haveria outra saída, passaram por mim mancando e reclamando das dores...
"The Oscar goes to... " hahahahah
Cara Dona Conceição
ResponderExcluirFelizmente esse tempo em que os recém-mumificados fingiam, por pejo, sentir dores já ficou para trás. Agora o entendimento é outro e todos sabemos que é o trabalho que torna o cidadão incapacitado para o trabalho. Senão, vejamos, como poderia o boêmio ficar até de madrugada em conversas de botequim ou num rasta-pé se teria que levantar-se às seis da manhã? Ou como um torcedor,pelo mesmo motivo, poderia aos jogos de meio de semana de seu time que, por determinação da rede Globo, só podem ocorrer depois do fim da novela das nove? E todos estamos cientes da necessidade do lazer na vida de cada um. Já o trabalho não é de fato necessário ou importante, porém, o mesmo não se pode dizer do salário....
Um fato interessante me aconteceu hoje: um segurado, há dois anos recebendo auxilio doença por causa de uma "perturbação mental", exige que seu problema seja tratado como doença do trabalho uma vez que era operador de telemarketing e que, por causa disso, até hoje ouve ruídos e vozes em sua cabeça... e nós, como bons inssanos, poderíamos nos aproveitar da ideia com maior propriedade....huhuahuauh
Gostei dessa.
ExcluirEu ouço vozes, sou louca!
Ou melhor, eu vejo os sistemas da Dataprev funcionando, sou louca!
Hahahahahahahahahahah!
Todos somos loucos, na verdadeira concepção da palavra, pois acordamos todos os dias e nos dirigimos às nossas agências sabedores de que vamos brincar de espantalhos do governo. Uma vez lá, somos chamados de, no mínimo, vagabundos e desleixados. Então quando um servidor levanta o tom de voz a fim de impedir tais ofensas, é chamado pelos gestores para se "acalmar", afinal nós não podemos nos exaltar até porque essa seria uma atitude de pessoa normal. O nosso guichê se tornou um martírio e ainda querem que tenhamos um sorriso nos lábios. E o pior de tudo é que no dia seguinte, todos estamos lá novamente.
ResponderExcluirTriste realidade... minha vontade era ganhar na Mega, acho que 2 milhões já era suficiente para comprar um sítio e viver dos juros, só para não ter que passar mais por isso. Nem tenho mais esperança de passar em outro concurso, pois com este ambiente (e salário) é impossivel chegar em casa e estudar....
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