sexta-feira, 26 de julho de 2013



    GRUPO  INSSena
                  APRESENTA

    Se colar, colou*

Uma tragicomédia  em três atos

Personagens:
Perito Novato
Perito Veterano
Três segurados
                                    Local: Um consultório pericial

Primeiro ato:
Entra a segurada
Novato: Bom dia, Dona Maria.
Dona Maria senta-se sem dizer palavra e entrega o laudo ao médico.
Novato (lendo o laudo com cara de estranhamento): Zoreia, ove... (dirigindo-se ao perito veterano): Não estou entendendo o que está escrito aqui... Os cubanos já estão em ação?
Veterano (pegando o laudo, lendo e rindo): hehehe aqui diz que a segurada é surda das duas orelhas e, por isso, não ouve nada. (para a segurada): A senhora não ouve nadinha?
Dona Maria: Não ovo nada...
Veterano: É surda das duas orelhas?
Dona Maria: Das duas.
Veterano: Felizmente, dos ouvidos a senhora vai bem...
Dona Maria: Mas só de perto; de longe não enxergo nada.

Segundo ato:
Entra o segurado mancando e gemendo.
Novato: Bom dia, Seu Pedro.
Seu Pedro: Bom dia, nada. Tô todo operado (levanta a camisa para exibir um risco azul, que vai do peito ao umbigo e outro transversal a ele, igualmente comprido).
Novato: Mas o que é isso, Seu Pedro?
Veterano (em voz baixa): Esferográfica.
Seu Pedro: Cicatriz, ora.
Novato: Azul?
Veterano: Ele deve ter sangue real.
Novato (para o segurado): Mas me diga, Seu Pedro, o porquê duas incisões tão longas? Isso foi cirurgia ou haraquiri?
Seu Pedro: Nem sei o que foi, mas dói muito (tosse levando a mão ao peito)
Veterano (umedecendo um algodão com álcool): Temos um excelente remédio para isso, é só passar sobre a cicatriz que ela some e a dor passa. Vamos experimentar?
Seu Pedro: Não, vai arder muito, deixa assim mesmo. Já estou me sentindo melhor (sai tossindo e mancando).

Terceiro ato
Entra o segurado de muletas com uma perna envolta em ataduras.
Novato: Bom dia, Seu João, o que o senhor arranjou na perna?
Seu João (desatando, com cuidado, as ataduras): É um machucado que não cura. (A falsa ferida ameaça desprender-se da perna e o segurado a pressiona para retê-la).
Novato (percebendo o subterfúgio): Epa! O quê que é isso?
Veterano: Alcatra ou contrafilé, mas, pelo cheiro, já não está própria para o consumo.

Seu João (ajeitando o bife) : Começou com uma feridinha de nada, aí foi crescendo, crescendo, daí não posso trabalhar mais. E dói tanto, meu filho. Nem consigo andar.
Veterano (exibindo um serrote enferrujado): Vamos resolver isso agora mesmo.
Seu João (arregalando os olhos): O senhor tá é maluco...
Veterano (levantando-se): Nem vai doer, Seu João; do jeito que isso aí tá podre o senhor não vai sentir nada.
Seu João: Tá é doido (sai correndo, largando as muletas para trás).
Veterano para Novato: Isso é que para que você conheça a importância do nosso ofício. Só hoje já curamos uma ferida crônica, aliviamos as dores de um recém-operado e fizemos uma surda ouvir. São os milagres da cura pericial.

*Baseado, por incrível que pareça, em histórias reais. (Nota do autor)




















4 comentários:

  1. Nem sei se rio ou se choro.
    Acho que vou rir agora que é fim de semana e
    deixar para chorar na segunda.
    kkkkkkkkkkkkkkkkkk

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  2. Ahhhhhh eu tava no post onde contaram essas!!! kkkkkkkk... só o nosso trampo proporciona todo esse entretenimento!

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  3. Povo desonesto, lugar péssimo pra trabalhar! Deus me livre logo, Deus me livre logo, Deus me livre logo, Deus me livre logo, Deus me livre logo, Deus me livre logo, Deus me livre logo, Deus me livre logo, Deus me livre logo, Deus me livre logo, Deus me livre logo, Deus me livre logo, Deus me livre logo!!!!!!!!!!!

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