Era uma
vez uma senhorita chamada HISCRE que tinha uma união que já durava há mais de
dois anos com o Dr. SABI. Era um 31*
estável que, ao gosto da moça, deveria sem demora evoluir para os laços
matrimoniais de um 32* e para isso se empenhava ela. Afinal, tinham créditos em
comum. E não eram poucos ao longo de todo esse tempo; a cada mês mais um fruto
vingava e a família crescia. E a cada mês a cobrança de um casamento aumentava
também.
Entretanto,
o Dr. SABI não via com bons olhos o interesse crescente da companheira em
abrigar-se em definitivo sob a sua tutela pecuniária. Tampouco aceitava que os
persistentes males da coluna não tivessem uma cura, sequer uma melhora, após
tantos tratamentos.
Para
escapar de situação constrangedora a que vinha sendo submetido, procurou uma
saída digna e correta, embora pouco benevolente. A fim de revisar seu anterior julgamento
passou a observar com um olhar clínico rigoroso a casadoira paciente; deteve-se
em sua indumentária e concluiu que muitas das dores seriam sanadas se ela
descesse do seu equilíbrio precário resultante de quinze centímetros de salto e
alcançasse o chão com os próprios pés; que se reduzisse os dez quilos de
bugigangas femininas que trazia na bolsa muito amenizaria sua escoliose e que, por fim, se aumentasse em cinquenta por cento o
resquício de tecido que a envolvia, não teria ela a necessidade de se
equilibrar dentro de tão pouco pano a fim de tentar não expor o que exposto
invariavelmente estava. O conforto lhe devolveria a saúde.
E
assim, após muito analisar prudencialmente a situação com um rigor de ministro
de STF, certo da retidão de seus princípios,
com formulação de tese detalhada e adequada ao espirito da lei, para espanto e
horror de HISCRE, indeferiu o seu pedido
de prorrogação.
Houve
choradeira e ameaças, mas o Dr. SABI permaneceu impassível e não teve recurso que
devolvesse a HISCRE os créditos suspensos. E nem cabiam embargos infringentes –
uma total injustiça!
Após
essas infrutíferas tentativas de reconciliação, a senhorita HISCRE viu-se sem
noivo e sem centavo. Não sabia o que fazer. Aliás, sabia, mas não lhe
agradava o fato de ter de trabalhar para manter-se. Era tão jovem e bonita, não
lhe parecia justo ter de gastar tais predicados atrás de um balcão de loja ou
mesa de escritório.
E saiu
em busca de um novo pretendente. Para tanto, elevou a altura dos saltos,
aumentou o peso da bolsa e diminuiu ainda mais o tamanho das roupas. Entrementes,
para seu infortúnio, depois de um tropeção seguido de solavanco, envergou de vez.
Tanto que não conseguia se aprumar nem de chinelos e pijama. Teve de recorrer
novamente ao Tio INSS, porém, não tinha mais qualidade de segurado e o Dr. SABI
não quis mais assunto com ela.
Entretanto o generoso Dr. SIBE dela se apiedou, depois se enamorou e
ambos se uniram na harmoniosa e definitiva aliança de um 87* e foram felizes
para sempre.
31
auxilio doença
32
aposentadoria por invalidez
87 benefício assistencial
ao deficiente
O CV3 sumiu de vez hoje lá pelo meio dia. Podia ter uma fábula com ele como Mestre dos Magos, né...
ResponderExcluirMais uma vez, ótimo!
ResponderExcluirMuito bom !
ResponderExcluirMuito criativo. Novela da vida real mesmo.
ResponderExcluirkkkkkkkkkkk.... trabalhar dá tanto trabalho........
ResponderExcluirkkkkkkk também pode acontecer do judiciário reativar o beneficio que ficará sujeito a avaliações periódicas a cada seis meses!!
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