sexta-feira, 27 de abril de 2012

TÉCNICAS DE SOBREVIVÊNCIA EM APS – O AMOR


Os servidores do INSS são muitas vezes acusados de realizar seu trabalho com descaso, sem empatia com o segurado e sem amor ao próximo. Hoje nós iremos provar que isso não é verdade, que muitas vezes o cidadão tem um tratamento especial, baseado em atenção, respeito e carinho. De antemão pedimos desculpas à servidora utilizada como exemplo para a análise desta perspectiva pelo fato de invadirmos e expormos o recanto mais reservado de uma mulher que é, à falta de sua bolsa,  o seu coração.
 Seu Gumercindo era um bem apessoado cinquentão, alto, forte, moreno, de cabelos ainda negros, não se sabe se naturalmente ou com o auxilio de algum aditivo químico, com um furinho no queixo largo e um bigodinho fino com extremidades longas e curvadas para cima.
Tão logo Dona Conceição bateu os olhos naquele Clark Gable de bigodes de Salvador Dali, ficou momentaneamente paralisada de emoção. Alguma  imemorial lembrança provocou um inesperado curto-circuito, porém e felizmente quase imperceptível para as pessoas à sua volta, com exceção do causador do efeito, que este, experiente conquistador, captou uma súbita ausência de sangue nas faces da seduzida e um leve tremor em suas miúdas mãos.  Ele, então, sentou-se diante da servidora e, com uma voz forte e sonora de radialista, perguntou-lhe de que ela precisava. Diante de tal oferecimento, a servidora tornou-se rubra e se abanou antes de compreender que ele se referia à documentação necessária para dar entrada em sua aposentadoria.
Consciente da impressão causada, o sedutor segurado pensou encontrar  ali um atalho para sua aposentadoria, imaginou que, pela simpatia alcançada, Dona Conceição se esmeraria em conceder-lhe rapidamente o benefício. E, para fortalecer o sentimento inicial, ele dizia que ela era muito gentil, elogiava o atendimento e, enquanto o fazia, enrolava uma das pontas do bigode. Ela ouvia encantada e revirava os olhinhos. Quando ele se foi, ela ficou suspirando e olhando para os retratos dele nas carteiras profissionais e, só então, deu-se conta de que não lhe dera o requerimento para assinar.
Se antes tal esquecimento a irritaria, desta vez fora motivo de satisfação. Teria mais uma oportunidade de se encontrar com o galante cidadão, ouvir aquela voz que a deixava sem ar e admirar a desenvoltura com que enroscava o dedo no comprido bigode.
Ele atendeu ao chamado extraindo da lapela e lhe ofertando um botão de rosa, inspiradoramente rubra ainda por cima. Dona Conceição não cabia em si de encantamento. Estava apaixonada. Andava pela agência sorrindo de um lado para o outro, fazia festinha em crianças choronas, não ligava se algum segurado lhe tratasse mal, não reagia a nenhuma provocação. Nem mesmo o CNIS lhe tirava o bom humor. Os colegas pensavam que ela andava pondo mais Prozac que Haldol no chá quando, na verdade, nem chá ela tomava mais.
Entretanto, Dona Conceição, guardiã do processo de Seu Gumercindo, não se resolvia a conceder muito embora ele já tivesse tempo de sobra para a sua aposentadoria. Volta e meia fazia uma exigência estapafúrdia só para trazê-lo de volta à sua mesa. Primeiro pediu que apresentasse a certidão de nascimento para a realização de acertos de dados cadastrais quando, na realidade, ela queria apenas certificar-se de que ele era mesmo solteiro, como ele lhe havia sugestivamente relatado. Depois se seguiram solicitações de documentos desnecessários que apenas protelavam a conclusão do serviço. A cada vez ele se aproximava, sem nunca deixar de fazer alguma insinuação charmosa embora estivesse cada vez mais ansioso e preocupado com a demora do serviço. Enfim, um dia, Seu Gumercindo resolveu abrir seu coração para a esperançosa servidora:
- Dona Conceição – disse ele, segurando a mão dela, repentinamente trêmula e gelada -  eu não gostaria de lhe dizer isso assim desta forma nem nesta ocasião. Mas a verdade é que, eu conheci recentemente uma pessoa com a qual me encantei e com a qual quero me casar. Porém,  não gostaria de me declarar sem saber que posso contar com o meu fundo de garantia para assegurar uma viagem de lua de mel. A senhora me entende?
Dona Conceição, acreditando ter entendido perfeitamente, piscou os olhos para guardar uma lágrima de emoção, e com a mão livre deu um carinhoso tapinha na mão de Seu Gumercindo e disse, em voz baixa:
- Tolinho...
E concedeu o benefício na mesma hora. Ele lhe beijou a mão, agradecido, disse que voltaria em breve com uma surpresa e saiu apressado. Dona Conceição passou três noites sem dormir, pensando em enxoval, festa, vestido de noiva, convidados e casamento, até que Seu Gumercindo, compareceu à  agência para apresentar-lhe a noiva. Todas as cores do arco-íris  estamparam o rosto de Dona Conceição antes de ela sofrer uma síncope e cair durinha no chão. Quando acordou, circundada pelos colegas, abanou-se e disse:
- Foi o chá, foi o chá. Andei abusando da camomila...
E mais não disse nem lhe foi perguntado mas, até hoje, seu pobre coração ainda dispara quando lhe aparece pela frente algum senhor que, seja pelo bigode, pela voz ou pelo furinho no queixo, lembre-lhe algum dos muitos encantos do senhor Gumercindo.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

TÉCNICAS DE SOBREVIVÊNCIA EM APS - RETRATAÇÃO


     Para o bem da convivência pacífica entre Dataprev e o INSS, o Manual do INSSano,  arrependido de só falar mal de tão...de tão...de tão afamada entidade, após receber uma suave advertência de um servidor daquele órgão, alertando que o mesmo, apesar de pequenas falhas, produz um trabalho de excelente qualidade, resolveu  fazer um capítulo especialmente dedicado a expor o lado positivo da nobre instituição. Afinal, o INSS e a Dataprev são organizações irmãs, e devemos nos tratar mutuamente com carinho e respeito, como se fossemos dois países fronteiriços, de interesses convergentes e de grande e agradável intercâmbio cultural e comercial como, por exemplo, Brasil e Argentina.
A primeira dificuldade na produção de um artigo devotado unicamente a enumerar as qualidades de nossa alma gêmea é que os capítulos deste manual tem sempre mais de duas linhas. Pensou-se em contornar a situação com um enorme preâmbulo de forma a ocupar todo o espaço com tergiversações proustianas para disfarçar a parcimônia do conteúdo. Entretanto,  por uma questão de honra não podíamos abandonar á árdua  tarefa sem um esforço, ainda que hercúleo, para a consecução de um bom resultado final.
Durante a semana, os longos períodos em que os sistemas estiveram fora do ar, foram produtivamente utilizados para fazer um levantamento dos bons serviços prestados pela Dataprev.
Primeiro iremos destacar o mais importante de todos os sistemas que é o SISREF, o sistema de ponto que controla os horários de inicio de expediente, intervalo para almoço e fim do dia de trabalho. Normalmente, quando se chega atrasado e tropeçando em busca de um computador para marcar a entrada, o dedicado programa está funcionando perfeitamente o que não costuma ocorrer no momento em que finalmente se encerra o expediente. Entretanto esta exaustiva rotina tem lá seus  momentos de alívio quando o SISREF, esta declaração de cárcere em tempo real, contra toda a expectativa, para de funcionar ‘momentaneamente’, segundo sua própria informação, durante vários dias seguidos. Isso pode soar como uma liberdade condicional, um indulto para pequenos atrasos, porém,  de uma hora para outra ele pode voltar a funcionar plenamente. Esse fator surpresa é muito apreciado pois quebra a sequência  cansativa de seguir horários rígidos e preestabelecidos e favorecendo a descontração no horário de trabalho. O mesmo resultado é obtido com as intermitências funcionais de todos os outros sistemas. Diariamente há uma grande interação entre os colegas, que de resto ficariam absortos em seu trabalho, quando gritam, meio desesperados, uns para os outros: ‘O CNIS está abrindo aí?’ ‘Não sei, mas o Prisma caiu!’ ‘O SABI voltou...ah, não, caiu de novo!’ e por aí vai. Por aí vai o dia todo, todos os dias.
Os cursos promovidos pela Escola da Previdência também são muito agradáveis, interativos, divertidos, úteis e antecipados. Quem não fez, com dois anos de antecedência, o curso de CNISPF e que, quando ele enfim foi implantado, já havia se esquecido de tudo que lhe fora ensinado ou que, com rara memória, observara que o programa não tinha muita coisa em comum com o anteriormente apresentado. Mas como são inesquecíveis todas aquelas ilustrações de casinhas coloridas, de arvorezinhas cheias de folhas e pessoinhas segurando cartazes, numa exemplar didática gu-gu da-dá, que percorre, sucintamente, umas oitocentas telas até chegar ao seu final, quando o servidor deve fazer uma prova a fim de conquistar um belo diploma. E pensar que já foram feitos todos os cursos sobre o portal do CNIS e quando nem sombra dele se via ainda no horizonte deste promissor futuro.
E, para finalizarmos esta longa lista de qualidades da Dataprev, destacamos o aspecto lúdico de lidar com um sistema como o Prisma, com a possibilidade de mudar de cores a tela, fazendo combinações variadas como o patriótico verde e amarelo ou escolher as cores do seu time de futebol, mantendo lembranças agradáveis durante o período de labor.
Que esta longa dissertação elogiosa sirva de estímulo para o desenvolvimento outros mais sistemas igualmente precisos e atuantes tais como o novíssimo CNISPF, que nos permite um minucioso acerto cadastral em pouco mais de cinco tentativas. *


Nota do Editor: Este capítulo é um oferecimento de DELIREX, um  produto da Farmacopéia de Dona Conceição.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

TÉCNICAS DE SOBREVIVÊNCIA EM APS – ORIENTAÇÃO E INFORMAÇÕES



A maioria dos segurados vai às agências da Previdência Social em busca de informações básicas, orientação sobre procedimentos e outros serviços igualmente simples e o servidor deve estar preparado para atendê-lo com presteza e eficiência.
Uma das dificuldades comuns a certos segurados é a orientação espacial e, embora eles possam ficar duas horas esperando o atendimento, nunca atentam para a numeração e localização das mesas ou, de tanto olhar para o monitor de chamada, acabam sendo hipnotizados pela alternância das telas de chamada das senhas, que terminam  sem saber mais onde se encontram. Então o servidor, após clicar cinco vezes a senha sem resposta alguma, resolve chamá-lo no grito: - Seu José. Aí a resposta surte efeito acima de esperado pois se levantam, ao mesmo tempo, cinco Seus Josés e uma senhora, provavelmente uma Dona Maria José que, meio envergonhada, logo volta a  se sentar. Diante deste impasse, o colega repete o nome acompanhado do número da senha e, bingo, só um Seu José permanece de pé, olhando meio incrédulo para o monitor, conferindo o número para estar bem certo de que fora o sorteado. Aí o servidor já está gesticulando, agitando bandeiras e gritando:  - É aqui! É aqui. Neste ponto, já convicto de que a senha chamada é mesmo a dele, começa lentamente a girar o corpo em busca da mesa anunciada. O servidor, já exausto, se abana. Os outros segurados gritam, assoviam, apitam, tudo para guiar o companheiro ao lugar exato. Finalmente, quando se dá o feliz encontro entre o servidor e o segurado, este reclama que estava meia hora esperando, esquecendo de descontar, para o sucesso da boa aritmética, os quinze minutos que ficou patetando até encontrar o seu objetivo.
Agora o servidor tem a esperança de concluir com rapidez o atendimento e pergunta o que o segurado deseja. Ele, então, coloca um papel sobre a mesa. O servidor, verificando tratar-se de um protocolo de aposentadoria, imagina que o segurado quer  saber o andamento do processo. Indagando a respeito, recebe como resposta outra folha de papel, desta vez, a carta de indeferimento do pedido em questão. Continuando o seu trabalho investigativo, o funcionário pergunta se o cidadão pretende entrar com um pedido de recurso contra o indeferimento do benefício. Mais outro papel é exibido. É a resposta da Junta de Recursos negando provimento. Em vista disso, já cansado de tantas tentativas de adivinhação, porém, persistente em sua tarefa de bem atender o seu cliente, pergunta se ele deseja entrar com recurso à CAJ, quando, é colocando diante de seu olhar aflito, um outro papel, e o segurado responde, tranquilamente, que só quer pegar os suas carteiras profissionais. Fim do mistério agora é só se mobilizar para a árdua tarefa de localizar os documentos do cidadão e um atendimento que deveria durar dez minutos levará, certamente, uns quarenta para ser concluído.
Entretanto, o senhor acima, metódico e organizado poderia ser substituído por outro que, em vez de mostrar a papelada uma a uma e disposta em ordem cronológica, coloca uma pasta velha sobre a mesa e diz que está tudo ali. Sem dúvida que está tudo ali, conclui o servidor, ao fazer um superficial inventário da velharia: tem conta de luz antiga, boletim escolar, nota fiscal das Casas Bahia, carnê do Baú da Felicidade, volante da mega-sena, bula de xarope com pegajosa amostra do produto, entre outras preciosidades, nenhuma com valor ou utilidade para o local e o momento. Informado disto, o segurado pesquisa no bolso um papel amassado, desdobrando com súbito cuidado para não rasgar,  e indaga ao servidor para que serve aquele trapo de papel e, ao tomar conhecimento de que se trata da sua carta de aposentadoria e que deve se dirigir ao banco a  fim de receber seu primeiro pagamento,  ao invés de se alegrar  com a boa notícia, de resto explicitada no documento recebido em casa, sai reclamando que ficou mais de uma hora esperando à toa e que agora vai ter que enfrentar um fila de banco, que não se tem respeito pelo cidadão, que ele já é muito velho, que o calo dói, que o cachorro tem pulga, que venta e faz frio e a culpa, que isso fique bem claro, é sua, colega de infortúnio.
É lógico que o serviço em questão não é feito apenas de casos tranqüilos como os exemplos acima citados, entretanto, deixemos de lado as ofensas, as ameaças e as agressões, pois, em função de excelência do atendimento, todos os mal-entendidos podem ser superados e até vistos de forma agradável, bastando para isso seguir a fórmula medicinal de Dona Conceição, que consiste em dissolver em uma xícara de chá de camomila, três comprimidos de haldol, quatro de rivotril e, para produzir o efeito caetano, dois comprimidos de prozac. Em poucos minutos, se sobreviver, o servidor estará achando que o segurado é lindo, que o CNIS é lindo, que o seu trabalho é lindo...

sexta-feira, 6 de abril de 2012

             INSSaNewsTV
   Consultório Previdenciário  

  Apresentador: O INSSaNewsTV, em sua inauguração, tem o prazer de apresentar o programa “Dona Conceição Responde” onde você, segurado, poderá fazer questionamentos a respeito do atendimento das agências da Previdência Social. Nossa honorável servidora, Dona Conceição, aqui presente, do alto de seus 30 anos de experiência, dedicação, tolerância e paciência que lhe são peculiares, se propõe a esclarecer qualquer dúvida. Ligue agora mesmo e faça a sua pergunta.

    Segurada: Quando eu dei entrada em minha aposentadoria não quiseram aceitar minha carteira profissional só porque meu filho havia rabiscado umas páginas, rasgado outras e perdido algumas folhas. Isso é correto?
   Dona Conceição: O servidor não agiu corretamente. O mais importante de uma carteira profissional é, sem dúvida,  a sua capa. O mesmo ocorre com sua carteira de dinheiro. Deixe-a durante quinze minutos com seu filhinho para que ele continue o aperfeiçoamento de suas habilidades manuais e verá que não fará diferença alguma se ele rabiscar algumas notas, rasgar outras e perder alguns cartões de crédito.

  Segurada: Tenho 57 anos de idade  e 18 anos de contribuição. Entrei com um pedido de aposentadoria por tempo de contribuição há uma semana e até agora não obtive resposta. Acho isso um absurdo pois ouvi dizer que as aposentadorias levam apenas 30 minutos para serem concedidas.
 Dona Conceição: É verdade. E no seu caso, 10 minutos bastariam para resolver a parada já que a senhora não possui tempo suficiente para a aposentadoria solicitada nem  idade mínima para uma aposentadoria por idade   e sequer juízo que a impeça de fazer tão disparatado requerimento.

Segurado: Por que os servidores entendem dificuldade que os segurados desejam?
Dona Conceição: Não entendi... quer repetir, por favor?


 Segurado: Por que desejam segurados dificuldade de servidores entender?
Dona Conceição: Continuo sem entender nada...
 Segurado: Ta vendo só como eu tenho razão? Os servidores têm muita dificuldade de entender o que os segurados desejam...
 Dona Conceição: O senhor até que se saiu muito bem; fez-se entender já na terceira tentativa, superando com folga a média nacional. Parabéns!

  Segurada: Quando dei entrada no Salário Maternidade,  embora tenha levado meu filho junto, o servidor exigiu a certidão de nascimento da criança. Ora, o bebê não é elemento suficiente para comprovar a própria existência?
  Dona Conceição: A sua pergunta foi muito bem elaborada  e tem profunda base filosófica. Sem dúvida alguma, a presença de criança substitui a certidão de nascimento, bastando, para tanto, apenas anexá-la ao processo, sem maiores exigências burocráticas.

 Segurado: Meu pai, ao falecer, deixou uma pensão para minha mãe, que faleceu recentemente. Fui solicitar uma pensão para mim e foi negada só porque eu tenho 30 anos e não sou deficiente. Eu, como filho, não tenho direito à pensão de meu próprio pai? O que devo fazer agora?
   Dona Conceição: Você seria o próximo na linha sucessória se as pensões por morte fossem hereditárias, o que não é o caso. Você já é grandinho, já está na hora de procurar um emprego e deixar de ser vagabundo.

Apresentador: Ops! Bem, encerramos aqui o nosso programa, voltamos semana que vem. Boa Noite!

Apresentador: Que coisa feia, Dona Conceição, chamando o moço de vagabundo...
Dona Conceição: Ah, vai ver passou o efeito do meu Haldol.
Apresentador: Tira o microfone, Dona Conceição! Tira o microfone!


sexta-feira, 23 de março de 2012

                                        INSSaNews

Resolução 2035 de 23 de março de 2012
     O Grupo de Trabalho dos INSSanos (GTI), presidido pela excelentíssima servidora Dona Conceição, após minuciosos estudos e profundas análises, através da Resolução Inócua 2035 de 23-03-2012,  decide:
  1. Exonerar o SISREF e abrir licitação para a escolha de outro sistema de ponto uma vez que o atual não corresponde às necessidades básicas dos servidores como coerência, assiduidade e pontualidade, já que costuma modificar a jornada de trabalho do servidor de uma hora para outra, resultando em saldo negativo ao fim do dia; nem sempre está no ar e faz alterações aleatórias nos horários de entrada e saída, levando o servidor a uma preocupação constante com essas irresponsáveis mudanças, nunca sabendo, ao certo, se cumpriu a carga horária obrigatória.
  2. Eliminar os atendimentos de demanda espontânea fazendo com que os mesmos  sejam todos agendados. Só desta forma o segurado irá retirar no banco o extrato de rendimentos, também conhecido como “papel para viajar” ou correrá o risco de ter que pagar a passagem se o agendamento para tal serviço estiver  indisponível. Então, aprenderá também a fazer cálculo de atrasados e pegar extrato para imposto de renda pela internet. Assim, eliminando 80% dos atendimentos 
diários, sobrará tempo e servidores para se trabalhar     o      acervo, acabando com os processos represados e garantindo a GDASS integral.
  3. Criar um grupo de apoio ao segurado dependente, já que não haverá mais a possibilidade de o cidadão passar o dia inteiro na agência e, portanto, deverá ser orientado a ocupar o tempo de modo mais produtivo. O Segurados Anônimos se encarregará de fazer terapia em grupo além de criar oportunidades lúdicas e compensatórias como torneios de gamão e cursos de como dar milho aos pombos de forma econômica e eficaz.
   4.  Instituir o Plano Instantâneo de Carreira (PIC). Através do PIC os servidores aprovados no último concurso, tão logo nomeados, passarão a exercer a função de supervisor, recebendo a excelente gratificação correspondente, trabalhando amplas e agradáveis oito horas diárias enquanto os atuais ocupantes do cargo serão destituídos, perdendo, inclusive, seus atributos horários, trabalhando apenas seis horas por dia.
   Essas determinações entram em vigor a partir da data de sua publicação.






 Presidente do GTI

sexta-feira, 16 de março de 2012

TÉCNICAS DE SOBREVIVÊNCIA EM APS – OS SEGURADOS


Para uma boa e salutar execução do serviço é necessário que o servidor conheça o tipo de segurado que está atendendo com o objetivo de adaptar o atendimento ao atendido e, com isso, evitar a exposição a qualquer dano físico ou mental.  Em outras palavras, a cada qual segundo seu comportamento. Nada de esforços vãos, nenhuma perda de tempo desnecessária ou discussão inútil. Bem interpretados, os segurados perdem grande parte de sua periculosidade, assim, vejamos:
Os segurados classificam-se de acordo com variados aspectos, a saber:

1.      Quanto ao grau de tolerância à realidade:
a.       Realista – Compreende  quando o servidor lhe informa que ainda falta algum documento para a conclusão do serviço desejado e procura obter explicações a respeito do fato.
b.      Mimado – É aquele segurado que não suporta ser contrariado principalmente quando a fonte de sua informação é um veículo altamente confiável como o rádio, o jornal ou o 135. Não adianta o servidor explicar que ninguém se aposenta com apenas dois anos de contribuição se o locutor alienado de uma estação de rádio qualquer afirmou o contrário. Como essa espécie de segurado é preciso ter muito cuidado. Ele só espera um motivo para inferir que você não está respeitando seus direitos, que o está destratando ou coisa que o valha. Não discuta com ele, concorde com tudo, habilite o benefício e não esclareça mais nada. Aos ignorantes, a ignorância.
c.       Chantagista – É o tipo que começa a se lamentar tão logo é informado que não tem direito ao benefício desejado. Começa a dizer que é um infeliz, chora, reclama que tem pressão alta e, se você não o detiver, é capaz até de sofrer um enfarto na sua frente só para fazê-lo sentir-se culpado. Logo aos primeiros lamentos, mantenha-se em silêncio. Ou leve a solidariedade ao extremo, conforte-o, deplore a sua sorte, chore também. Ele não vai receber o benefício mas, pelo menos, sairá mais consolado.


2.      Quanto ao nível de impostura:
a.           Sincero – Tomemos com exemplo um LOAS idoso para ilustrar este item. A senhorinha chega acompanhada do esposo e revela que ele é aposentado. Ao tomar conhecimento de que isso é impedimento para que ela obtenha o benefício, ela aceita e desiste de dar entrada no mesmo e vai embora sem fazer drama.
b.          Loroteiro – A mesma senhorinha, quando indagada se é casada, olha para o marido, fica em dúvida do que responder e espera que o servidor prossiga para ver o que deve falar a fim de não colocar obstáculos diante de seu objetivo. Ao saber mais detalhes afirma que o acompanhante é seu vizinho, que, embora casada, não tem notícias do marido há trinta anos, informações facilmente desmentidas com uma análise mais apurada dos fatos.
c.           Mitômano – Igualmente interpelada, a senhora nega conhecer a pessoa que a acompanha, afirma, inclusive, ter vindo absolutamente só. Diante do olhar incrédulo do servidor ela afirma que aquele homem deve ser um ladrão ou um tarado visto ser a primeira vez que ela o vê na vida. Continua sua história dizendo que desde jovem é muito doente e enumera tantas e conjuntas doenças que, se verdade fosse, já há muito teria falecido; que foi abandonada pelos onze filhos, mesmo aquele que paga as suas despesas  e cujo nome ilustra a conta de luz que ela está apresentando para comprovação de domicílio; que passa fome, apesar da exuberância adiposa que exibe entre outras mais mentirinhas.


3.      Quanto ao grau de urbanidade:
a.       Civilizado – É aquele segurado que, depois de esperar duas horas para ser atendido, ainda consegue ser cortês com o atendente.
b.       Domesticado – Este cidadão é um daqueles que olha atravessado para o servidor que está há mais de um minuto sem atender ninguém, que resmunga com o companheiro do lado e que olha para o relógio a todo o momento. Ele deve ser tratado com muita cautela pois seu controle é rígido, porém, instável e qualquer imprevisto durante seu atendimento pode desencadear um crise de conseqüências imprevisíveis.
c.       Troglodita – Este delicado espécime, depois de passar horas reclamando em voz alta, gritando ao celular e chamando os servidores de vagabundos, costuma, à guisa de bom dia, gentilmente soltar uma amenidade tal como “depois vocês levam um tiro e não sabem porquê”. Com tipos assim, não perca seu tempo, exiba, você também o seu lado selvagem dê um certeiro golpe de tacape no coco do meliante. Esta atitude temerária tem três aspectos positivos: você se livra imediatamente do problema, serve de exemplo para os demais segurados e ainda consegue um afastamento para tratamento psiquiátrico.


sábado, 3 de março de 2012

TÉCNICAS DE SOBREVIVÊNCIA EM APS – OS PENSADORES

A citação de um sábio e popular filósofo nacional, não dos mais otimistas, há de se convir, nem sempre pode servir para ilustrar a vida funcional de um servidor do INSS. Mestre Tiririca, ao pronunciar seu célebre axioma - mais famoso ainda por ser o único que outro não disse e nem este a ele se deve a autoria - provavelmente não previa seu uso além dos limites do próprio interesse. Em termos de APS, pior que está sempre pode ficar. E fica. Diríamos até que, filosofando em superficiais profundezas, tal qual o judicioso acima citado, nada é tão bom que não possa ser ruim. Analisemos o tão esperado retorno à jornada de trinta horas semanais a fim de comprovar nossa proposição:
1. Se não se der conta de atender todo aquele povaréu que assoma à agência, impiedosamente estaremos condenados a voltar a trabalhar oito horas. E a matemática hesita em fechar as contas de uma regrinha de três composta em que servidores trabalhando duas horas a menos e a agência aberta duas horas a mais equilibrem a uma demanda crescente. Enquanto há porta aberta, há gente entrando. Entretanto, encaremos o fato com profunda confiança e total otimismo, afinal, segundo o Paradoxo de Murphy, “Fazer as coisas de maneira mais difícil é sempre mais fácil”.
 2. Poderia se imaginar que, uma vez diminuindo a carga horária e ampliando o período de atendimento, haveria menos tempo para se analisar os benefícios, o que sugeriria uma alteração das metas a serem cumpridas, o que não ocorreu. Evidentemente não se deve ver nisto indício de má vontade para com os servidores, apenas um sutil erro de reflexão uma vez que são mesmo tortuosos os caminhos do raciocínio. Aqui caberia citar a Máxima de Manly que diz que “A lógica é um método para chegar a uma conclusão errada com absoluta confiança”. Nada premeditado, portanto.
3. Isto posto, temos um problema. Ou vários. Já que a autarquia não costuma  ser muito pródiga em nomear novos servidores, a primeira coisa que se pensa é em repatriar aqueles colegas que pediram asilo nas dependências da gerência em total concordância com a Lei de Lynch que garante que “Quando as coisas pioram, todos vão embora”. Logicamente, todo mundo reluta em perder a tranquilidade que reina nos andares de cima. E aí se desemboca na Lei de Savareid que afirma  que “A principal causa dos problemas são as soluções”. Esperar pela boa vontade do colega para dividir o seu calvário é algo totalmente inútil. Conforme a Lei de Mencken  “Para cada problema na humanidade existe uma solução simples e clara, e está será sempre a solução errada”.    
Enquanto não se descobre a resposta mais vigorosa e eficaz para seus aflitivos e  insolúveis problemas,  o servidor contemplado com a redução da jornada se desdobra, chega mais cedo, faz serão, participa de mutirões nos fins de semana, já que, em conformidade com a Lei de Parkinson “O  trabalho expande-se de forma a preencher todo o tempo disponível para a sua conclusão”. Enfim, para garantir as 6 horas diárias ele não hesita em trabalhar 50 horas por semana, contrariando completamente o princípio da contradição de Aristóteles segundo o qual “Uma coisa não pode, a um só tempo, ser e não ser”.
De qualquer forma, aproveitemos este período sem prazo determinado de menor carga horária como se ele fosse um doce que a qualquer momento nos pode ser tirado da boca. É uma bala que deve ser chupada com o papel para que, mesmo que não experimentemos todo o seu sabor, ela nunca se acabe. 

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

INSSaNews

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TROCA-TROCA *
   Se você acha que é dureza trabalhar oito horas na logística ou no RH, aproveite esta excelente oportunidade de permuta e venha trabalhar na APS por apenas 6 horas ao dia! Excelente ambiente de trabalho! Clientela selecionada! Computadores e sistemas de última geração! Amplo horário para refeições! Garanta já a sua vaga!

*Aprovado  por Dona Conceição




SERVIÇO DE CRECHE
  Senhor segurado, não deixe suas crianças ficarem correndo e gritando pelo salão enquanto aguarda sua vez de ser atendido. Tenha momentos de paz e tranqüilidade utilizando-se de nossos serviços que são oferecidos inteiramente de graça. Creche Tio Herodes - Cuidamos de seu filho como ele merece!



Urgente !
Passa-se função de supervisor. Paga-se bem.



CONCURSO PÚBLICO

 Dê um basta nessa dura vida de trabalhador. Faça o concurso para segurado e passe para o  lado de fora do balcão. Confira as vantagens:
Horário flexível (apareça quando quiser, mesmo sem  motivo algum, o importante é lotar a agência);
Liberdade de expressão (ofensas, ameaças e palavrões liberados, os servidores estão aí para ouvi-lo pois é você quem paga o salário deles);
Ambiente familiar (traga as crianças, os vizinhos e toda a parentada, o INSS é o seu segundo lar).



ARTESANATO
 Aprenda a proteger seu material de trabalho. Se você já não suporta mais ver segurado que, para fazer um requerimento, busca inspiração chupando a sua caneta como se ela fosse um pirulito, nós temos a solução. Confeccione um enfeite de lápis divertido. Pegue uma bola de isopor de três centímetros de diâmetro, faça uma pequena perfuração para adaptá-la à parte de cima da caneta e atravesse-a com uma boa quantidade de alfinetes de modo que fique semelhante a uma clava da idade média, como a ilustração ao lado. Sua caneta imediatamente deixará de ser apetitosa e você se verá livre do segurado babão.

CADEIRAS ESPECIAIS *

Mantenha o seu cliente tranqüilo e confortável na cadeira de pernas retráteis. Design exclusivo! Com controle remoto! Possui quatro graduações (estável, segurado mala, acompanhante e atravessador)!


*Temos também modelos de inspiração medieval e cadeiras elétricas de diversos tipos.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

RECADO PARA OS CONCURSEIROS


Para todos aqueles que irão amanhã fazer o concurso do INSS, eu desejo boa sorte.  Gostaria que todos passassem para que a gente pudesse dar conta de todos os processos represados aguardando análise. Infelizmente, só muito poucos deste total é que obterão a fortuna de participar deste quadro de servidores tão entusiasmados pela profissão (principalmente em período de férias), tão reconhecidos pela sociedade (com exceção daqueles que nos ameaçam de morte mas que são raros, não passam de quatro ou cinco por mês) e com o respaldo de tão competentes sistemas, caso emblemático do CNIS.
Para aqueles que, infelizmente, não alcançarem o sucesso neste concurso, recomendo a releitura total do blog para que vejam do que escaparam. Aos felizardos recomenda-se um afastamento pontual até que, passados os tempos de beatitude, surjam os primeiros indícios de concordância com os textos aqui publicados. Esse período leva cerca de seis meses findos os quais o novo servidor começará a lembrar, espontaneamente, de uma ou outra coisa lida por aqui. Então poderá retomar sua leitura pois terá dado início à própria inssanidade.
Apesar de tudo aqui exposto, a INSS tem também muitos pontos positivos e gratificantes além do salário e da estabilidade. Ouvi isso da boca do gerente da minha GEX no dia em que tomei posse. Então, repito aqui para vocês para que, tão logo as identifiquem, me avisem quais são, pois até hoje, talvez por falta de percepção mais atenta, ainda não as localizei.
Todos aqueles que se mantiveram firmes no propósito de passar no concurso mesmo acompanhando os nocivos capítulos deste manual poderão solicitar seu certificado de conclusão de curso que substitui o laudo de sanidade mental emitido por um psiquiatra já que, ou são muito loucos para exporem assim a um futuro tão tenebroso, ou são tão sãos a ponto de não se abalarem com o que leram. De qualquer forma, tanto faz, pois, no final das contas, todos irão ficar inssanos do mesmo jeito.
Bom, agora falando sério, esse blog é totalmente ranzinza mas não é feito de má-fé, para assustar os candidatos ao concurso nem para falar mal da totalidade dos  segurados (só uma mínima parcela deles é que merece uma língua afiada); é apenas um clube onde os servidores do INSS se entretém com as peculiaridades do trabalho e para o qual vocês foram convidados pela possibilidade de fazerem parte efetiva deste grupo. Então, vamos lá! E aqueles que não conseguirem o seu intento agora, não desanimem, outros concursos virão embora em nenhuma outra instituição vocês encontrarão um blog que os represente com tanta fidelidade e azedume.  Isso eu ‘agaranto’, huahuauhauhauhahuu

BOA SORTE!

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

TÉCNICAS DE SOBREVIVÊNCIA EM APS – O ACOMPANHANTE


Hoje iremos tecer algumas considerações sobre aquele espécime supérfluo que contribui para o acúmulo desnecessário de pessoas nas agências da Previdência Social que é o acompanhante do verdadeiro interessado. Vamos, portanto, desvendar o mistério da multiplicação de segurados numa APS.
1 - Existem dois tipos de acompanhantes: o sem fins lucrativos, representado por maridos, esposas, filhos, amigos e vizinhos  e o profissional, também autodenominado “assessor previdenciário”, mais conhecido como catador de papel e que sempre ouve o tilintar de cifrões diante de um possível freguês.
2 – Enquanto os segundos comparecem ao atendimento de seu cliente apenas para marcar presença e garantir o próprio lucro, os primeiros se esmeram em orientar os pupilos. Ambos se dedicam a traduzir o que o servidor diz em palavras mais simples de modo a facilitar o diálogo entre as partes. Por exemplo, quando o servidor diz: “Dona Maria, me empresta sua identidade e seu CPF” o acompanhante intervém e fala: “Dona Maria, empresta a identidade e o CPF para o moço”, evitando, assim, qualquer possível mal-entendido.
3 – O acompanhante sempre chega ao destino antes do real interessado. Como um desbravador ele percorre a agência em busca da mesa que chamou a senha  conduzindo com segurança o seu protegido até o lugar indicado. Uma vez ali, responde à todas perguntas feitas ao segurado antes mesmo que ele possa esboçar um início de resposta; acompanha, passo a passo o atendimento, oferecendo esclarecimentos absolutamente desnecessários; questiona a legislação por julgá-la injusta  e, ao final, dá permissão ao seu tutelado para assinar documentos, após análise e aprovação do texto, não sem antes pôr em dúvida algum detalhe do mesmo. Ao ir embora, dá um sorriso de triunfo imaginando que nada daquilo teria acontecido em sua ausência.
4 – Engana-se aquele que  imagina que a pessoa em questão é convidada pelo requerente a fazer-lhe companhia. Pelo contrário, ao saber que o parente, amigo do parente ou vizinho do amigo do parente vai até o INSS em busca de um benefício, ele se propõe a ajudá-lo com o magnânimo propósito de protegê-lo dos maus-tratos a que provavelmente será submetido pelos servidores da malvada autarquia que nega uma aposentadoria até mesmo para aquele que, segundo seus cálculos, já tem mais de 150 anos de contribuição.
5 – Os acompanhantes também podem vir em grupos distintos e que se classificam em  escolta e  filharada. A primeira composta, costumeiramente, de dois a cinco integrantes, acompanha um requerente que não tem direito ao benefício e o faz com a sutil intenção de intimidar o servidor a fim que ele olhe a realidade por outro ângulo nem que para isso tenha que levar um direto no queixo. O lado masculino do aparato costuma se postar à volta do cidadão, de braços cruzados sobre o peito e com cara de ‘te pego lá fora’, As mulheres, mais comunicativas, utilizam-se de uma interpretação livre da lei  adequando-a aos interesses do requerente, nem sempre no tom de voz considerado apropriado ou com vocabulário elegante.

6 -  Muitas mães, ansiosas por um benefício assistencial que provenha a si e  à prole, levam a escadinha toda entre 6 meses e 13 anos, em média, onze degraus, com a finalidade de comover o atendente. Enquanto o colega cadastra aquele monte de crianças, uns correm, outros pulam, todos gritam e o menorzinho, sem poder participar da brincadeira, expressa-se fisiologicamente, enchendo a fralda e empesteando o ambiente. Consultando o CNIS verifica-se que a requerente não teve outro trabalho a não ser o do parto mas honras lhe sejam feitas porque não é pouca coisa colaborar com tal vigor para o crescimento populacional.
7 – Para que o servidor sobreviva a todos esses contratempos é bom que ele também tenha lá um acompanhante ou uma comitiva, conforme o caso, que possa neutralizar o ataque  alheio. Sempre é bem-vindo aquele colega que se posta ao lado do companheiro e, caneta e papel na mão, começa a fazer uma sutil e insistente entrevista, perguntando o motivo de sua vinda, grau de parentesco com o segurado, o objetivo de tantas perguntas e pedindo os seus documentos para uma posterior averiguação, de forma a reverter a pressão exercida a principio pelo outro lado. Se, com essas providências  o  camarada não ir embora alegando alguma urgência, pelo menos ficará menos agitado.