sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

INSSaNews

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TROCA-TROCA *
   Se você acha que é dureza trabalhar oito horas na logística ou no RH, aproveite esta excelente oportunidade de permuta e venha trabalhar na APS por apenas 6 horas ao dia! Excelente ambiente de trabalho! Clientela selecionada! Computadores e sistemas de última geração! Amplo horário para refeições! Garanta já a sua vaga!

*Aprovado  por Dona Conceição




SERVIÇO DE CRECHE
  Senhor segurado, não deixe suas crianças ficarem correndo e gritando pelo salão enquanto aguarda sua vez de ser atendido. Tenha momentos de paz e tranqüilidade utilizando-se de nossos serviços que são oferecidos inteiramente de graça. Creche Tio Herodes - Cuidamos de seu filho como ele merece!



Urgente !
Passa-se função de supervisor. Paga-se bem.



CONCURSO PÚBLICO

 Dê um basta nessa dura vida de trabalhador. Faça o concurso para segurado e passe para o  lado de fora do balcão. Confira as vantagens:
Horário flexível (apareça quando quiser, mesmo sem  motivo algum, o importante é lotar a agência);
Liberdade de expressão (ofensas, ameaças e palavrões liberados, os servidores estão aí para ouvi-lo pois é você quem paga o salário deles);
Ambiente familiar (traga as crianças, os vizinhos e toda a parentada, o INSS é o seu segundo lar).



ARTESANATO
 Aprenda a proteger seu material de trabalho. Se você já não suporta mais ver segurado que, para fazer um requerimento, busca inspiração chupando a sua caneta como se ela fosse um pirulito, nós temos a solução. Confeccione um enfeite de lápis divertido. Pegue uma bola de isopor de três centímetros de diâmetro, faça uma pequena perfuração para adaptá-la à parte de cima da caneta e atravesse-a com uma boa quantidade de alfinetes de modo que fique semelhante a uma clava da idade média, como a ilustração ao lado. Sua caneta imediatamente deixará de ser apetitosa e você se verá livre do segurado babão.

CADEIRAS ESPECIAIS *

Mantenha o seu cliente tranqüilo e confortável na cadeira de pernas retráteis. Design exclusivo! Com controle remoto! Possui quatro graduações (estável, segurado mala, acompanhante e atravessador)!


*Temos também modelos de inspiração medieval e cadeiras elétricas de diversos tipos.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

RECADO PARA OS CONCURSEIROS


Para todos aqueles que irão amanhã fazer o concurso do INSS, eu desejo boa sorte.  Gostaria que todos passassem para que a gente pudesse dar conta de todos os processos represados aguardando análise. Infelizmente, só muito poucos deste total é que obterão a fortuna de participar deste quadro de servidores tão entusiasmados pela profissão (principalmente em período de férias), tão reconhecidos pela sociedade (com exceção daqueles que nos ameaçam de morte mas que são raros, não passam de quatro ou cinco por mês) e com o respaldo de tão competentes sistemas, caso emblemático do CNIS.
Para aqueles que, infelizmente, não alcançarem o sucesso neste concurso, recomendo a releitura total do blog para que vejam do que escaparam. Aos felizardos recomenda-se um afastamento pontual até que, passados os tempos de beatitude, surjam os primeiros indícios de concordância com os textos aqui publicados. Esse período leva cerca de seis meses findos os quais o novo servidor começará a lembrar, espontaneamente, de uma ou outra coisa lida por aqui. Então poderá retomar sua leitura pois terá dado início à própria inssanidade.
Apesar de tudo aqui exposto, a INSS tem também muitos pontos positivos e gratificantes além do salário e da estabilidade. Ouvi isso da boca do gerente da minha GEX no dia em que tomei posse. Então, repito aqui para vocês para que, tão logo as identifiquem, me avisem quais são, pois até hoje, talvez por falta de percepção mais atenta, ainda não as localizei.
Todos aqueles que se mantiveram firmes no propósito de passar no concurso mesmo acompanhando os nocivos capítulos deste manual poderão solicitar seu certificado de conclusão de curso que substitui o laudo de sanidade mental emitido por um psiquiatra já que, ou são muito loucos para exporem assim a um futuro tão tenebroso, ou são tão sãos a ponto de não se abalarem com o que leram. De qualquer forma, tanto faz, pois, no final das contas, todos irão ficar inssanos do mesmo jeito.
Bom, agora falando sério, esse blog é totalmente ranzinza mas não é feito de má-fé, para assustar os candidatos ao concurso nem para falar mal da totalidade dos  segurados (só uma mínima parcela deles é que merece uma língua afiada); é apenas um clube onde os servidores do INSS se entretém com as peculiaridades do trabalho e para o qual vocês foram convidados pela possibilidade de fazerem parte efetiva deste grupo. Então, vamos lá! E aqueles que não conseguirem o seu intento agora, não desanimem, outros concursos virão embora em nenhuma outra instituição vocês encontrarão um blog que os represente com tanta fidelidade e azedume.  Isso eu ‘agaranto’, huahuauhauhauhahuu

BOA SORTE!

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

TÉCNICAS DE SOBREVIVÊNCIA EM APS – O ACOMPANHANTE


Hoje iremos tecer algumas considerações sobre aquele espécime supérfluo que contribui para o acúmulo desnecessário de pessoas nas agências da Previdência Social que é o acompanhante do verdadeiro interessado. Vamos, portanto, desvendar o mistério da multiplicação de segurados numa APS.
1 - Existem dois tipos de acompanhantes: o sem fins lucrativos, representado por maridos, esposas, filhos, amigos e vizinhos  e o profissional, também autodenominado “assessor previdenciário”, mais conhecido como catador de papel e que sempre ouve o tilintar de cifrões diante de um possível freguês.
2 – Enquanto os segundos comparecem ao atendimento de seu cliente apenas para marcar presença e garantir o próprio lucro, os primeiros se esmeram em orientar os pupilos. Ambos se dedicam a traduzir o que o servidor diz em palavras mais simples de modo a facilitar o diálogo entre as partes. Por exemplo, quando o servidor diz: “Dona Maria, me empresta sua identidade e seu CPF” o acompanhante intervém e fala: “Dona Maria, empresta a identidade e o CPF para o moço”, evitando, assim, qualquer possível mal-entendido.
3 – O acompanhante sempre chega ao destino antes do real interessado. Como um desbravador ele percorre a agência em busca da mesa que chamou a senha  conduzindo com segurança o seu protegido até o lugar indicado. Uma vez ali, responde à todas perguntas feitas ao segurado antes mesmo que ele possa esboçar um início de resposta; acompanha, passo a passo o atendimento, oferecendo esclarecimentos absolutamente desnecessários; questiona a legislação por julgá-la injusta  e, ao final, dá permissão ao seu tutelado para assinar documentos, após análise e aprovação do texto, não sem antes pôr em dúvida algum detalhe do mesmo. Ao ir embora, dá um sorriso de triunfo imaginando que nada daquilo teria acontecido em sua ausência.
4 – Engana-se aquele que  imagina que a pessoa em questão é convidada pelo requerente a fazer-lhe companhia. Pelo contrário, ao saber que o parente, amigo do parente ou vizinho do amigo do parente vai até o INSS em busca de um benefício, ele se propõe a ajudá-lo com o magnânimo propósito de protegê-lo dos maus-tratos a que provavelmente será submetido pelos servidores da malvada autarquia que nega uma aposentadoria até mesmo para aquele que, segundo seus cálculos, já tem mais de 150 anos de contribuição.
5 – Os acompanhantes também podem vir em grupos distintos e que se classificam em  escolta e  filharada. A primeira composta, costumeiramente, de dois a cinco integrantes, acompanha um requerente que não tem direito ao benefício e o faz com a sutil intenção de intimidar o servidor a fim que ele olhe a realidade por outro ângulo nem que para isso tenha que levar um direto no queixo. O lado masculino do aparato costuma se postar à volta do cidadão, de braços cruzados sobre o peito e com cara de ‘te pego lá fora’, As mulheres, mais comunicativas, utilizam-se de uma interpretação livre da lei  adequando-a aos interesses do requerente, nem sempre no tom de voz considerado apropriado ou com vocabulário elegante.

6 -  Muitas mães, ansiosas por um benefício assistencial que provenha a si e  à prole, levam a escadinha toda entre 6 meses e 13 anos, em média, onze degraus, com a finalidade de comover o atendente. Enquanto o colega cadastra aquele monte de crianças, uns correm, outros pulam, todos gritam e o menorzinho, sem poder participar da brincadeira, expressa-se fisiologicamente, enchendo a fralda e empesteando o ambiente. Consultando o CNIS verifica-se que a requerente não teve outro trabalho a não ser o do parto mas honras lhe sejam feitas porque não é pouca coisa colaborar com tal vigor para o crescimento populacional.
7 – Para que o servidor sobreviva a todos esses contratempos é bom que ele também tenha lá um acompanhante ou uma comitiva, conforme o caso, que possa neutralizar o ataque  alheio. Sempre é bem-vindo aquele colega que se posta ao lado do companheiro e, caneta e papel na mão, começa a fazer uma sutil e insistente entrevista, perguntando o motivo de sua vinda, grau de parentesco com o segurado, o objetivo de tantas perguntas e pedindo os seus documentos para uma posterior averiguação, de forma a reverter a pressão exercida a principio pelo outro lado. Se, com essas providências  o  camarada não ir embora alegando alguma urgência, pelo menos ficará menos agitado.



sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

INSSaNews

    Sumiço do CNIS intriga 
                servidores

   Na segunda-feira passada os servidores do INSS foram gratamente surpreendidos   com a ausência do ícone do CNIS em seus computadores. Em vão procuraram o principal apetrecho de tortura da Dataprev em sua área de trabalho e em outros locais do computador mas não o puderam localizar. Este fato, é bom que se diga, não suscitou nenhum sentimento de perda, apenas curiosidade e alívio.
O vigia não viu nada
   Na terça-feira, para delícia dos servidores das APS de todo o país, o sumiço permanecia sem solução nem pistas do que gerara o fato. Então, prontamente, o INSSaNews destacou um repórter que foi até a sede da Dataprev informar-se do acontecido. Para o seu espanto, nosso enviado adentrou a instituição sem que ao menos o visse o vigia de plantão, que dormia, com as pernas esticadas sobre uma mesa, ao lado de uma caixa de rosquinhas e algumas latas de cerveja, realizando o que parecia ser a siesta já que pouco passava das duas horas da tarde. Assim, sem mais impedimentos, foi o mesmo se encaminhando para o interior até que encontrou uma sala onde um grupo de servidores jogava carteado, acompanhado de animada torcida. Informados por nosso agente de que o CNIS estava desaparecido desde o dia anterior, alguns se assustaram, outros, menos informados, quiserem saber “quem é esse tal de CNIS?”. A questão, apenas um disse saber ao certo do que se tratava a sigla  mas como estava em vantagem no jogo, deixou os esclarecimentos para mais tarde.
  Quando, enfim, o nosso correspondente teve acesso às gravações da câmera de segurança, pôde observar que no domingo anterior    ao    sinistro,    enquanto  o vigia,
adormecido com as pernas em cima da mesa, refazia-se dos esforços da semana precedente, um vulto negro, vestido com algo semelhante a uma burca, entrou e, uma hora depois, quando o guarda ainda ressonava, saiu, carregando um embrulho debaixo do braço, caracterizando, desta forma, o sequestro do formidável sistema de cadastro.
Imagem captada pela câmera
de segurança

   Assim a que as imagens vieram a público, sem que ninguém dela suspeitasse, Dona Conceição ligou para nossa redação para informar que, apesar da semelhança física, a pessoa que usava burca não era ela. Façamos um esforço por acreditar nas palavras desta conceituada servidora.
  Como todo sequestro tem por finalidade a arrecadação de dinheiro, o do CNIS não foi diferente e recebemos diversas mensagens e telefonemas exigindo a quantia de um milhão de reais para que o famigerado sistema não retorne aos computadores. Ficamos felizes em informar que a quantia arrecadada entre os servidores já ultrapassa a requerida e o débito, em breve, será quitado.
  O roubo do sistema foi tão bem recebido entre os trabalhadores das agências da Previdência Social que já há diversos pedidos para que o seqüestrador livre-os do SISREF, de determinados assessores previdenciários, também conhecidos como catadores de papel, e de inúmeros representantes da chefia. Acompanham os pedidos, valores expressivos em cheques e papel-moeda de modo a não atrasar o serviço almejado. Participe você também desta formidável iniciativa e faça um servidor feliz.
   

domingo, 8 de janeiro de 2012

TÉCNICAS DE SOBREVIVÊNCIA EM APS – A INSSANIDADE



        Na lição de hoje iremos conhecer as fases por que passa o novo servidor do INSS até que ele se transforme num autêntico inssano, quando passa a se questionar por qual intuito foi forçado a fazer um teste de sanidade mental antes de assumir o seu posto na autarquia.
        A primeira etapa desta nova vida é a do atordoamento. O novato, imbuído das melhores intenções, de toda a boa vontade, disposto a tudo aprender e a todos obedecer, recebe, como primeira missão, a fácil tarefa de sentar-se junto a um colega de determinado setor para ir se ambientando e aprendendo a atender o público. Ele ouve a demanda dos segurados, observa o servidor abrindo ou tentando abrir uma variedade aberrante de sistemas, tem o seu primeiro contato, ainda que a uma distância segura, com o CNIS, o reconhece pela  inúmeras e infrutíferas tentativas de acesso e os resmungos do colega e não entende nada do que está se passando à sua frente. São tão variadas as solicitações, tantas telas se alternando, que, ao final do dia, tem dificuldade até de saber para que lado da cidade fica a própria casa.
Nos dias seguintes a história se repete, só que em outro setor, com outra demanda, mais confusão na cabeça do recém-empossado servidor que nada compreende e que sequer consegue fazer anotações coerentes naquela caderneta que com tanta esperança adotou para acomodar suas observações. A esses dias de aturdimento seguem-se as primeiras noites de insônia, onde ele é assombrado pelas situações vividas durante o horário do trabalho.
Bem no meio desse período desastroso em que o neófito amanhece com cara de vampiro que dormiu com a luz acesa, é que seu chefe, muito satisfeito, o informa que ele já está apto a atender o povo tendo, logicamente, um suporte que lhe ajudará em suas dúvidas, representado por seu vizinho de mesa que se ocupará dele ao mesmo tempo em que se empenhará de seus próprios atendimentos. É neste exato momento que o pobre coitado inaugura a fase do pânico, também conhecido como batismo de fogo. Costumeiramente, ele é lançado no setor supostamente mais simples, o OI (orientação e informação) – totalmente desorientado e sem bagagem alguma de informações a oferecer.
          Resignado e suando frio, o assustado servidor faz seus primeiros atendimentos, custa a entender o que o segurado deseja, quando entende a pergunta não sabe a resposta, pede socorro ao colega e só muito lentamente vai adquirindo firmeza e tranquilidade, aprendendo o serviço e tornando-se autossuficiente. Neste estágio, tendo que tomar para si a responsabilidade do que faz, começa a fazer uma e outra besteira mas só se dá conta delas no meio da noite, quando acorda assustado, lembrando daquilo que se esqueceu de fazer. Ou não. Então, adentra a fase da neura. Será que preencheu corretamente aquela certidão? Será que assinou o que não devia? Ou será que não assinou o que devia assinar? Mesmo sabendo que a quase totalidade dos erros cometidos podem ser corrigidos, a dúvida e a angústia corroem sua noite e o fazem se revirar na cama durante horas por achar ter praticado um equívoco imperdoável e essas preocupações o acompanharão por muito tempo ainda, provavelmente a vida inteira.
Esse quadro, a mais das vezes, descamba para uma fase obsessiva em que o inexperiente servidor confere inúmeras vezes o próprio trabalho para ver se não se esqueceu de nada. Num processo de aposentadoria, por exemplo, conta e reconta o tempo de contribuição umas dez vezes antes de finalizá-lo. E o pior, o faz mais algumas vezes depois de pronto pois nunca fica plenamente convencido de ter feito tudo certo e chega ao ponto de não parar de pesquisar erros até que encontre algum. Então entra em depressão achando que é incompetente, que faz tudo errado mesmo sendo o engano insignificante, não interferindo no resultado final da análise do processo.
         Outro grande causador da falência mental do servidor e elemento mais citado neste manual, são os sistemas da Dataprev, em especial o CNIS. Apenas a insistência neste tema no presente blog já comprova a influência deletéria que os mesmos exercem sobre os servidores do INSS e  que os conduz, diante de seu inevitável uso, a dois quadros igualmente perigosos: a catatonia, que leva a uma paralisação da vontade e dos sentidos, deixando o paciente inerte diante da iminência de ter que acessar o sistema, ou uma crise psicótica onde o servidor joga longe o monitor, chuta tudo o que vê pela frente e sai gritando pela agência até ser detido e encaminhado para o manicômio mais próximo. Logicamente há variações sutis e quase imperceptíveis desses ataques, com menos danos físicos, entretanto, com os mesmos efeitos mentais.
           Felizmente para o servidor e para a saúde pública em geral, a natureza busca sempre uma cura para os seus distúrbios. É evidente, no entanto, que uma pessoa acometida sucessivamente por tais assédios psicológicos não pode retornar sem algumas pequenas sequelas à vida normal. É, então, que o servidor se torna um verdadeiro inssano, um ser ligeiramente alienado, que fala sozinho, ri sem motivo, costuma ter com seu colega, vítima dos mesmos males, uma agradável, porém, desconexa conversação, e, melhor que tudo, já não se importa mais com as cobranças feitas pela chefia, pelas acusações dirigidas por certos segurados, pela inacessibilidade dos sistemas ou por qualquer outra ameaça de que seja objeto. E assim, por via um tanto canhestra, o servidor readquire o equilíbrio mental. Ou não.

sábado, 31 de dezembro de 2011

                               INSSaNews

             Previsões para 2012   


    O INSSaNews, sempre preocupado com o bem estar do servidor do INSS, enviou repórteres a diversas partes do Brasil e do mundo para saber o que dizem os mais famosos profetas em relação ao futuro dos nobres colegas.
     O tarot de Mãe Dinah revelou que a conflituosa relação dos servidores com os sistemas da Dataprev terá, no ano vindouro, momentos de estabilidade. Evidentemente mais da parte do esforçado servidor,  do que da dos programas em questão que estes permanecerão em sua instabilidade habitual. Não surgirão novidades agradáveis, finalizou Mãe Dinah, sugerindo assim que o SIBE não nos trará  satisfação em futuro próximo.
   Já os búzios de Pai Jeremias predizem um ápice de sucesso profissional que virá através de sucessivas aposentadorias e de exonerações a pedido. Em contrapartida, aqueles que insistirem em permanecer em atividade ao longo do ano, sofrerão reveses incontornáveis como aumento de trabalho, fadiga, desespero, loucura etc... Inquirido a respeito de que exatamente se compunha o tal do etc, o babalorixá negou-se a responder, o que gerou uma razoável inquietação e maior desconfiança a respeito do que vem por aí. 
  Já em terras estrangeiras, nossa reportagem  tentou  entrevistar  o  polvo  alemão    que    definiu
  

os rumos da Copa do Mundo do ano passado. Encontrou-o em estado de óbito, abraçado a duas caixas de mexilhões, uma representando o CNIS e o outro o novo brinquedinho da Datapev, o SIBE.Atormentado pela dúvida de qual dos dois causará mais dano ao servidor em 2012, faleceu o molusco profeta levando para o túmulo o fatídico segredo.
   Em nossa passagem pela Grécia, tentamos entrevistar o Oráculo de Delfos que se limitou a dizer, enigmaticamente: “Ou você SABI ou você SIBE” e mais não disse antes de exigir sua aposentadoria, muito merecida, aliás, após milênios de bons serviços prestados e as muito más condições econômicas atuais de seu país.
  Assustadora também é a profecia de Nostradamus que, em uma de suas centúrias dedicadas ao servidor, afirma: “O que nunca funcionou, jamais funcionará, e cada nova criatura do cruel criador, será pior que a anterior e ninguém se salvará”.
  Felizmente, para contrabalançar tão terríveis predições, encontramos algum conforto no México, sob os auspícios maias que revelaram que o SIBE não entrará em ação em tempo hábil uma vez que o mundo acabará no próximo 21 de dezembro. Pelo menos dessa tragédia nos livraremos e ficaremos aliviados por saber que não será esse sistema o causador do fim do mundo. O culpado será mesmo o CNIS.

domingo, 11 de dezembro de 2011

TÉCNICAS DE SOBREVIVÊNCIA EM APS – PRESENTES DE NATAL


Contrariamente ao que pensa a exemplar servidora Dona Conceição, a tecnologia não deve ser repudiada pelos servidores do INSS, ao contrário, ela pode e deve ser utilizada em seu favor, como demonstra, a seguir, a lista de presentes utilitários que você poderá pedir ao Papai Noel neste Natal.
O primeiro exemplo dos benefícios tecnológicos é o SISREF AUTOMÁTICO PRÉ-AJUSTÁVEL que permite que o servidor programe o ponto eletrônico mantendo sempre em dia sua presença e cumprindo sistematicamente os seus horários de entrada, almoço e saída, sem a necessidade de se fazer assíduo no ambiente de trabalho. Encontrado nos modelos mensal, semestral e anual, os dois últimos a disposição apenas dos servidores da gerência porque peão tem que ralar.
Um outro excelente produto é o DETECTOR DE MENTIRAS PARA LOAS E PERÍCA MÉDICA. Este incrível dispositivo analisa com rigor científico as  palavras do cidadão e de seu acompanhante, identificando as menores mentiras, mesmo as dos mais talentosos atores que costumam freqüentar as agências da Previdência Social. De acordo com a quantidade e concentração da lorotas reveladas, o sistema emite uma carta de exigência de sucinto teor – provar a veracidade das declarações – ou indefere automaticamente o pedido. De grande utilidade também para entrevistas rurais e JA.
Imprescindível em qualquer APS é a CLASSIFICADORA DE SEGURADOS. Este simples mecanismo é adaptado ao computador que fornece as senhas e, automaticamente, de acordo com a voz do segurado, o classifica em legal, chato, muito chato e insuportável, imprimindo, na própria senha, um código adequado ao seu status. O servidor, ao receber a senha, toma imediata ciência e adéqua seu atendimento ao tipo do cidadão, evitando um possível embate e seu conseqüente trauma. Não irá, por exemplo, dizer ao segurado insuportável que ele não tem tempo suficiente para se aposentar ou que já passou o período em que podia pedir revisão, entre outras coisas. Não dará nenhuma informação, embora útil, mas que seja desagradável poupando-se de ouvir broncas desnecessárias.
Em irresistível embalagem vêm as PASTILHAS TRANQUILIZANTES DE SEGURADO AGITADO oferecidas àquele contribuinte que fica fazendo uma pergunta atrás da outra enquanto o servidor tenta habilitar o benefício. Normalmente ele chega com uma lista de indagações de amigos e parentes e quer que você acabe com  todas as suas dúvidas a respeito dos mais variados temas ou fica contando os dramas da sua vida como se estivesse em um programa vespertino de televisão. A deliciosa pastilha calmante acaba de imediato com o falatório inútil pois provoca pequenos efeitos colaterais, concordantes com os sabores disponíveis que são soluço, tosse, engasgo e rouquidão. Enquanto ele se entretém com esses sintomas, que duram apenas trinta minutos e não deixam seqüelas,  o servidor pode trabalhar com tranqüilidade.
Outro instrumento de grande serventia é o APARELHO DE AUDIÇÃO MUSICAL, indicado para reuniões com a chefia, as quais, invariavelmente, se dividem em cobranças e reprimendas. Este minúsculo apetrecho sonoro que se encaixa perfeitamente no ouvido do servidor, não sendo percebido pelos colegas, permitirá que você participe das reuniões de forma inócua, ouvindo sua trilha sonora preferida, mantendo um semblante de calma e lucidez enquanto os outros discutem calorosamente. Essa pacífica participação pode render-lhe uma boa nota na avaliação individual além de lhe manter monasticamente alienado de problemas sem solução.
A novidade mais esperada, entretanto, é o GERENCIADOR DE DATAPREV. Este espetacular programa faz com que o computador se desintegre após a sétima vã tentativa seguida de consultar o CNIS ou de atualizar o cadastro no CNISPF, o que pode resultar na perda total dos computadores de uma agência em menos de duas horas e o conseqüente fechamento da mesma, por impossibilidade de atendimento, e em alguns dias de folga para o servidor.
Escolha já o seu presente de Natal e mande uma cartinha para o Papai Noel, torcendo para que ele não atenda ao pedido de seu chefe porque, então, você vai ficar sem as suas prometidas 30 horas...


sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

           INSSaNews

            Entrevista Exclusiva       
            com Dona Conceição

  Nossa entrevistada de hoje é a candidata à gerente da GEX....., Dona Conceição, que vai nos revelar os seus planos para a melhoria do atendimento nas agências de sua gerência além de fazer sua campanha eleitoral.

  INSSaNews: O que a senhora pretende fazer para contornar o déficit de servidores, já que muitos estão para se aposentar ?

 Dona Conceição: Na verdade, não falta servidor; sobra é segurado. O que tanto essa gente vai fazer nas nossas agências? Na minha gestão eu prometo acabar com essa superlotação nas APS.

 INSSaNews: E de que forma a senhora resolverá este problema?
  Dona Conceição: Eu vou instituir um serviço de delivery. Todos os documentos serão entregues na casa do próprio filiado que fará o seu pedido pelo 135 local, cujos atendentes serão os próprios servidores. Esse sistema tem uma série de vantagens. Além de livrar o segurado das horas de espera pelo atendimento, livra-o também das informações incorretas emitidas pelos atendentes do 135, além de o salvar do ataque dos atravessadores, sempre prontos para faturar em cima do cidadão.

  INSSaNews: Circula pela internet a fotografia de um servidor do INSS jogando paciência durante o expediente. O que a senhora pensa a respeito?

  Dona Conceição: Isso é um absurdo que eu irei combater em minha gestão. Paciência é um jogo muito chato, que dá um sono danado.    
 Sou favorável a jogos com mais ação, daqueles em que a gente tem que matar o inimigo. Tem um muito interessante que se chama ‘Derrubando o CNIS’, que nos dá uma enorme sensação de vingança ou, dependendo do ponto de vista, de poder, ao imaginar que o CNIS não funciona porque somos nós os responsáveis por derrubá-lo. São jogos assim que nos estimulam, nos despertam e nos mantém firmes em nosso empreendimento diário de atender o cidadão.

  INSSaNews: E por falar em CNIS, como a senhora pretende driblar as dificuldades causadas pelos sistemas da Dataprev.

  Dona Conceição: Muito simples, vou desativá-los todos. Vamos voltar aos bons tempos das concessões realizadas à mão e do cálculo de renda mensal feito de colunas de valores de salários.

  INSSaNews: A senhora não considera o abandono da tecnologia um retrocesso?

  Dona Conceição: Meu filho, para mim o liquid paper  já é tecnologia suficiente.
Dona Conceição
   INSSaNews: O que senhora gostaria de dizer a seus eleitores?

   Dona Conceição: Caro servidor, quer se livrar do segurado, da Dataprev e de todo o stress diário? Vote em mim! Concessão à mão? Vote Dona Conceição.


sábado, 26 de novembro de 2011

TÉNICAS DE SOBREVIVÊNCIA EM APS – O SOBRENATURAL


Na lição de hoje, preparatória para as vindouras 30 horas, nós vamos aprender como fazer em seis horas o que não se consegue fazer em oito. Evidentemente, para cumprirmos a quase impossível tarefa, não poderemos contar apenas com o número, cada vez mais reduzido de servidores, para driblar as dificuldades, portanto, será necessária uma ajuda sobrenatural e de variados sortilégios.
Para isso foi criado o e-mago, mais um produto das Organizações Tabajara, que vai facilitar o seu trabalho e economizar seu tempo. Veremos, a seguir, as etapas de funcionamento desse espetacular e imprescindível programa de auxilio habilitação - enfim, um benefício exclusivo para o servidor de APS.
                1.O segurado se aproxima e apóia a mão direita sobre a tela do computador previamente aberta no Quiromancia on line que fará uma minuciosa  leitura de mão do cidadão, analisando o comprimento de sua linha da vida e emitindo um parecer a fim de informá-lo se vale ou não a pena empenhar-se na busca de uma aposentadoria. Uma análise negativa tende a desestimular o segurado a requerer o benefício que, de uma hora para a outra, diante de um destino tragicamente mapeado, perde subitamente a importância, levando-o a se dedicar a tarefas mais urgentes.
               2. Um outro recurso muito interessante é a bola de cristal virtual que ajuda o servidor a descobrir o que deseja exatamente o cidadão uma vez que muita gente costuma confundir aposentadoria por idade com benefício assistencial, auxílio doença com aposentadoria por invalidez, benefício assistencial com obrigação do Estado e a cara do servidor com a de algum palhaço. Adivinhando, de início, o interesse do segurado, você poderá adequar-se mais rapidamente à demanda e tomar as devidas providências para bem atendê-lo.
               3. Uma vez definido o benefício que o segurado deseja, iremos enfrentar o nosso maior inimigo, o filhote maldito da Dataprev, para recolhermos as informações necessárias sobre a vida do trabalhador. Ao abrir o CNIS clique, simultaneamente, no ícone free xamã que fará, automaticamente, uma pajelança para ativar o funcionamento deste inoperante sistema. Enquanto o processo se desenrola, ficará aberta uma janela com os seguintes dizeres: Mim pajé, você CNIS.
               4. Enquanto espera você poderá acertar tranquilamente o cadastro do segurado no CNISPF. Tranqüilidade, diga-se de passagem,  é o termo mais adequado quando se pensa em trabalhar com o caçula dos CNIS. O problema não é só o sono proporcionado pela falta de agilidade na mudança das telas mas quando, sem mais nem menos, o sistema empaca e acaba caindo. Isso, aliás, não é privilégio deste sistema, porém, de todos. Em casos como este, basta clicar no ícone Mãe Dinah, na opção ‘faço voltar os seus dados em 15 segundos’, que todas as suas informações serão recuperadas de imediato.
             5. Retorne à tela do free xamã para ver se o CNIS já está em pleno funcionamento. Caso ainda esteja na tela Mim pajé, você CNIS, o colega pode aproveitar para copiar os documentos do cidadão, que, para variar, não trouxe cópia alguma. Imagine o tempo que você perderia para xerocar todas aquelas carteiras profissionais, carnês antigos e guias de recolhimento de quarenta anos atrás, caso não existisse o e-Samantha que, com um sutil toque no ícone em formato de 'a feiticeira', reproduz, magicamente, toda aquela papelada.
             6. Tente de novo o CNIS. Se na tela estiver agora escrito Mim CNIS, você pajé, é sinal que algo deu errado. Recomece o processo nunca se esquecendo que o CNIS é um verdadeiro Poltergeist e não costuma funcionar nem com reza braba. Porém, se o sistema abrir e você conseguir fazer todas as consultas de que precisa, poderá entrar no Prisma para finalizar o processo.
            7. Clique no ícone gênio da lâmpada e ele vai lhe oferecer um leque de boas opções para que você escolha três delas. Aconselhamos optar por ‘conceder na hora’ ‘sem revisão’ e ‘adeus’, uma combinação perfeita para se livrar definitivamente e ao mesmo tempo do processo e do segurado, que ficará satisfeito o resto da vida com o seu benefício e nunca mais terá a necessidade de voltar à agência.
            Peça já ao seu gerente e-mago. Caso ele não queira, entre em contato conosco e receba, inteiramente grátis, o cyber-esconjuro que o fará mudar de idéia. Por bem ou por mal...

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

TÉCNICAS DE SOBREVIVÊNCIA EM APS – AS 30 HORAS


Finalmente, depois de sofrermos mais de dois anos trabalhando oito horas diárias, que, por ingrata matemática, perfazem, ao fim do dia, dezesseis e, ao final da semana, cem, voltaremos à tranqüilidade das seis horas. Infelizmente, num oposto das  promoções das Casas Bahia, onde primeiro se leva o produto, depois se paga,  ganhamos as trintas horas mas só as desfrutaremos no ano que vem, o que tem revoltado aqueles que não compreendem o porquê de tanta demora. E é isso o que pretendemos explicar agora.
Serão necessários vários ajustes para que o atendimento não fique prejudicado com a redução da jornada de trabalho  e também para que o servidor se adapte à nova  realidade temporal, tendo que dar conta  do mesmo volume de trabalho e as mesmas metas a serem cumpridas, porém, em menor espaço de tempo. Para tanto está sendo elaborado  o kit 30. Criado especialmente para os servidores das APS, esse imprescindível conjunto que o manterá saudável e confortável, agora que você não terá mais tempo para almoçar nem para ir ao banheiro. Composto de soro e sonda, o kit 30 o trará sempre hidratado e alimentado, dispensando paradas desnecessárias, como para lanchar ou beber água. Uma vez que não se terá mais tempo para tomar um café ou fumar um cigarro, os adeptos desses produtos terão cafeína e nicotina injetadas em seu frasco de soro de modo a evitar síndrome de abstinência, o que causaria diminuição do rendimento do trabalho. Também, para dar um impulso na capacidade laborativa, outras substâncias poderão ser adicionadas à solução, de acordo com a necessidade de cada um e  a critério da chefia imediata.
Está em estudo, também, a criação de pistas internas para  que o tráfego flua livremente,  sem que haja engarrafamentos ou  choques com os recipientes acima mencionados e o respectivo apoio para o soro, de forma a agilizar a locomoção entre a mesa e a impressora ou a máquina fotocopiadora.
A partir do evento também serão reavaliados os motivos de afastamento por doença, impedindo que o funcionário perca dias de trabalho por qualquer moléstia sem importância. Com as mudanças surgidas com o novo modelo de auxilio doença, os peritos ganharão novas atribuições como o atendimento exclusivo ao servidor. Em cada APS será implantada uma clínica onde os mesmos serão examinados e onde se efetuarão diversos procedimentos que incluirão desde o tratamento de uma simples indisposição estomacal  até pequenas cirurgias. Sempre a postos, haverá um carro da Prev-UTI-móvel para o caso de algo dar errado e o paciente tiver que ser removido para um hospital melhor aparelhado. A Prev-clínica também estará preparada para receber aqueles servidores em recuperação de grandes cirurgias ou os que fazem longos e sérios tratamentos. O objetivo desse esforço técnico é que o trabalhador não passe seus dias de reabilitação em inútil espera, já que, acomodado em uma cama hospitalar e sob supervisão médica, poderá aproveitar melhor suas horas de repouso analisando os processos represados, resultando em benefício à autarquia aquilo que a princípio geraria prejuízo.
Será revisto o princípio da incapacidade laborativa, pois, convenhamos, uma perna quebrada pode impossibilitar que um jogador de futebol exerça adequadamente a sua função, porém, esse pequeno entrave anatômico não é fator impeditivo para que o servidor possa dedicar-se a fazer pesquisas no CNIS, o que demanda tempo, porém, não exige nenhum esforço de locomoção. Já os pacientes em tratamento psiquiátrico não deverão, de modo algum, servir-se do exemplo acima mas, por outra, poderão xerocar carteiras profissionais, desde que a máquina esteja em pleno funcionamento ou fazer entrega de documentos. Entretanto, qualquer contato com os sistemas da Dataprev é contra-indicado.
Com uma carga de trabalho tão suave e relaxante estuda-se também a possibilidade de que a mesma seja estendida  para os finais de semana e feriados possibilitando o bom andamento do trabalho e o alcance das metas estabelecidas, evidentemente visando o bem-estar do servidor e a garantia da integralidade de sua remuneração.